10) NORMA (Carolina Ferraz em “Beleza Pura)
Na
época da exibição de “Beleza Pura”, só se falava em Rakelly (Isis
Valverde). A maluquete roubou a cena da novela, deixando em segundo
plano a trama central, na qual Norma era encarregada das mais terríveis
vilanias. Mas bem depois da novela, Norma virou febre com o surgimento
do vídeo “Eu sou rica”, no qual nossa belíssima vilã deixa bem claro
para o mocinho Guilherme (Edson Celulari) o motivo pelo qual não iria
presa. “Eu sou rica” ganhou as pistas de dança, virou hit na internet e colocou Norma na galeria das grandes vilãs.
9) VILMA (Lucinha Lins em “Chamas da Vida”)
Uma mãe dominadora, uma empresária ambiciosa e uma incendiária insana. Assim era Vilma Oliveira Santos,
que não hesitava em botar fogo, literalmente, na vida de seus inimigos.
Brilhante desempenho de Lucinha Lins, Vilma dominou a ação em Chamas da
Vida, desde o início, quando todos sabiam que ela era a responsável por
inúmeros incêndios envolvendo seus inimigos, até o fim, quando passou a
ser perseguida por um segundo incendiário e se viu completamente louca
com a hipótese de ser eliminada da mesma forma que eliminava seus
rivais. (Por Duh Secco)
8) SÍLVIA (Alinne Moraes em “Duas Caras”)
Ela
foi chegando de mansinho na novela, mostrando-se dócil e amável no
início, para logo depois revelar uma personalidade obsessiva e
crimonosa. Sílvia usava de seu charme para conseguir o que queria com
Ferraço (Dalton Vigh) e não hesitava em querer eliminar seus inimigos.
Dois momentos da vilã são muito marcantes pra mim: o primeiro, no qual
ela deixa seu enteado Renato se afogando em um lago com a desculpa de
que não pode molhar o cabelo (como amo ironia!!!); e o segundo, seu
embate com a governanta Bárbara (Betty Faria), braço-direito de Ferraço,
que detectou de cara a boa bisca que ela era. Vibro com aquela cena em
que Sílvia tenta dar um tapa em Bárbara e leva uma chave de braço da
governanta, que arremata com a melhor definição possível para a vilã:
“diabinha”.
7) MAÍSA (Daniela Escobar em “O clone”)
Maísa
não é daquelas vilãs clássicas que trama coisas mirabolantes em meio a
gargalhadas malévolas. É uma vilã, a la Gloria Perez, que foge desses
estereótipos: amargurada, rancorosa, ressentida e humana. Mãe
dominadora, faz de tudo para impedir o namoro da filha com seu
segurança. Sem o amor do marido Lucas (Murilo Benício) e humilhada pela
paixão deste por Jade (Giovana Antonelli), Maísa compensa sua frustração
torrando o patrimônio do maridos com joias e vestidos caros e age
silenciosamente, seduzindo Said (Dalton Vigh), marido de Jade, para se
vingar da Odalisca. Uma cobra, que espera pacientemente pelo bote e um
trabalho intenso e bem realizado de Daniela Escobar.
6) MARTA (Lília Cabral em “Páginas da Vida”)
Outra
vilã que foge do modelo clássico. Aliás, há quem nem a considere uma
vilã, tamanha a humanidade que a genial Lilia Cabral emprestou à
personagem. Frustrada pelas expectativas que depositou no marido e nos
filhos, Marta era uma mulher comum e foi até compreendida por grande
parte da audiência, que a via como uma batalhadora que carregava a
família nas costas. Mas o fato dela rejeitar a neta portadora de
Síndrome de Down, revelando todo o seu preconceito foi inaceitável. E
com isso, nossa “querida” Marta foi contemplada com um passaporte para
ingressar no rol das grandes vilãs da década.
5) ADMA (Cássia Kiss em “Porto dos Milagres”)
Mais
uma vilã “aguinaldeana”. Adma era fria, calculista, minimalista.
Transpirava crueldade pelos poros e era capaz de tudo para proteger seu
amado Félix (Antonio Fagundes) dos inimigos. A arma? Uma boa dose de
veneno que carregava em seu anel. O público vibrou com mais essa atuação
espetacular de Cássia Kiss e esperava apreensivo para saber quem seria a
nova vítima da terrível Adma.
4) BIA FALCÃO (Fernanda Montenegro em “Belíssima”)
“Pobreza
pega”. Sim, queridos, agora começa o desfile das maiores vilãs. O
quarto lugar pode até soar injusto para Bia, mas acreditem, até o
primeiro lugar foi quase um empate técnico. Espécie de Odete Roitman do
terceiro milênio, Bia tinha todas as características da histórica vilã
“valetudista” (desprezo pelo Brasil, corrupção, instintos assassinos e
sede por garotões). E com um agravante: o total desprezo pela filha
legítima Vitória (Claudia Abreu). Bia fez e aconteceu: simulou a própria
morte, prejudicou a neta Júlia (Gloria Pires) o quanto pôde e ainda
protagonizou uma cena digna de tragédia grega ao rejeitar solenemente a
filha pela segunda vez. Terminou feliz em Paris nos braços de um garotão
aos brados de “bando de idiotas”. Mais um excelente trabalho para a já
extensa galeria de personagens inesquecíveis de Fernanda Montenegro.
3) LAURA (Claudia Abreu em “Celebridade”)
Essa
adorável “cachorra” causou frisson na época da novela e até hoje é
lembrada como um dos melhores desempenhos de Claudia Abreu. Sonsa,
dissimulada, com uma ironia e sarcasmo únicos, Laura movimentou a novela
até ser assassinada no último capítulo. Totalmente inspirada em Eve
Harrington, clássica personagem que infernizava Bette Davis em “A
malvada”, Laura tinha objetivo destruir a vida de Maria Clara Diniz
(Malu Mader) e, para isso, contava com a ajuda de um bom michê, Marcos
(Marcio Garcia), como toda vilã gilbertiana que se preza. A surra que
Laura levou de Maria Clara (inspirada em uma antiga cena de “Água Viva”)
foi memorável, mas a melhor lembrança que tenho de Laura é dela
arrasando, linda, na pista de dança, comemorando seu triunfo sobre a
inimiga.
2) FLORA (Patricia Pillar em “A Favorita”)
Essa
é cult! Flora deu a sua intérprete Patrícia Pillar inúmeras
possibilidades de interpretação. E a atriz não desperdiçou: deu um banho
como psicopata vingativa da genial trama de João Emanuel Carneiro,
obstinada em destruir a vida de Donatela (Claudia Raia), por quem tinha
um misto de ódio e admiração. Flora não poupava ninguém, nem a própria
filha Lara (Mariana Ximenez), por quem tinha um profundo desprezo, e não
teve escrúpulos em usá-la para colocá-la contra Donatela. Flora foi um
show: irônica, sempre com ótimas tiradas, divertiu o público pra valer e
também foi responsável por cenas eletrizantes em que o limiar entre a
vida e a morte estava sempre em jogo. A intérprete de “Beijinho Doce”
arrebanhou uma legião de fãs e até hoje deixa saudade.
1) NAZARÉ TEDESCO (Renata Sorrah em “Senhora do Destino”)
O
que dizer dessa linda raposa felpuda? Dona de uma invejável autoestima,
Nazaré Tedesco foi a responsável pelo sofrimento de décadas da “anta
nordestina”, como gostava de chamar Maria do Carmo (Susana Vieira), pelo
sequestro de sua filha Lindalva (Carolina Dieckmann), a quem criou
cercada de amor, como se fosse sua própria filha. E para proteger esse
segredo, Nazaré foi capaz de tudo, inclusive matar o próprio marido José
Carlos (Tarcisio Meira) e sua antiga colega dos tempos de prostituta,
Djnenane (Elisângela), ambos rolando escada abaixo. Além disso,
infernizava a vida de enteada Claudia (Leandra Leal). Nazaré era
deliciosamente lasciva, debochada, insana, engraçada, divertida, enfim,
um show à parte de Renata Sorrah, que soube aproveitar o genial texto de
Aguinaldo Silva como ninguém. Pra o melão, é a campeã pelo seguinte
motivo: apesar de extremamente caricata, Nazaré era, antes de tudo,
humana, e movida pelo amor incondicional que tinha pela filha, a ponto
de abrir mão de sua própria vida por causa dela. Portanto, se você
cruzar em uma esquina com uma bela loira com uma tesoura na mão, fuja!
Mesmo depois de morta, Nazaré pode ser capaz de tudo! Palmas para
Nazaré, a incontestável campeã da década.