Entre 1961 e 1998, Roberto lançou um disco inédito por ano. Seus discos já venderam mais de 120 milhões de cópias e bateram recordes de vendagem - em 1994 chegou a marca de 70 milhões de discos vendidos -, incluindo gravações em espanhol, inglês e italiano, em diversos países. Fez milhares de shows em centenas de cidades no Brasil e no exterior. Seu fã-clube é um dos maiores do mundo. Dezenas de artistas já fizeram regravações de suas músicas. Sua popularidade o tornou conhecido no Brasil e na América Latina como O Rei. Em 2010, durante premiação no Radio City Music Hall, em Nova Iorque, o então presidente da Sony Music, Richard Sanders, intitulou-o Rei da Música Latina.
Tendo iniciado a carreira sob influência do rock'n'roll que vinha dos Estados Unidos da América, despontou no início da década de 1960 com composições próprias, geralmente feitas em parceria com o amigo Erasmo Carlos, e versões de sucessos do então recente gênero musical - entre os quais, "Splish Splash", "O Calhambeque", "Parei na contramão" e "É Proibido Fumar" -, fundando as bases para o primeiro movimento de rock feito no Brasil. Com o sucesso, estrelou ao lado de Erasmo e Wanderléa um programa na TV Record chamado Jovem Guarda, que daria nome ao movimento musical. Desta fase, destacaram-se inúmeros sucessos como "Não quero ver você triste", "Lobo Mau", "A garota do baile", "Não é papo pra mim", "Parei, olhei", "História de um homem mau", "Quero que vá tudo pro inferno", "Esqueça", É papo firme", "Mexericos da Candinha", "Eu te darei o céu", "Nossa canção", "Namoradinha de um amigo meu", "Eu sou terrível", "Quando", "Maria, Carnaval e Cinzas", "Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim", "Como é grande o meu amor por você", "Se você pensa", "As canções que você fez pra mim", "Ciúme de você", "Eu te amo, te amo, te amo", "As curvas da estrada de Santos", "As flores do jardim da nossa casa", "Sua estupidez".
Na virada para década de 1970, reformulou seu repertório rock'n roll e se tornou um cantor e compositor basicamente romântico, que não modificou desde então. Logo também mudava seu público-alvo, que deixou de ser o jovem e passou a ser o adulto. Nessa linha, emplacou mais grandes sucessos como "Detalhes", "Amada Amante", "Como dois e dois", "Debaixo dos caracóis dos seus cabelos", "Quando as crianças saírem de férias", "Como vai você", "Proposta", "A Cigana", "O portão", "Eu quero apenas", "Além do horizonte", "Olha", "Os seus botões", "Ilegal, imoral ou engorda", "Amigo", "Falando sério", "Cavalgada", "Outra vez", "Força estranha", "Café da manhã", "Na paz do seu sorriso", "Amante à moda antiga", "Emoções", "Cama e mesa", "Fera ferida", "O côncavo e o convexo", "Caminhoneiro", "Verde e Amarelo", "Pergunte pro seu coração", "Dito e feito", "Tanta solidão", entre outras. Também a partir dessa fase despontaram composições de cunho religioso em sua obra, algumas também com bastante sucesso, como "Jesus Cristo", "Todos Estão Surdos", "A montanha", "O homem", "Fé", "Estou aqui", "Guerra dos Meninos", "Ele esta pra chegar" e "Nossa Senhora", entre outras.
Nascido no interior do Espírito Santo, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, é o quarto e último filho do relojoeiro Robertino Braga (27 de março de 1896[1] — 27 de janeiro de 1980[2]) e da costureira Laura Moreira Braga (Mimoso do Sul, 10 de abril de 1914 — Rio de Janeiro, 17 de abril de 2010). A família morava no bairro do Recanto, numa casa modesta, no alto de uma ladeira. Os demais membros da família eram: Lauro Roberto Braga, Carlos Alberto Braga e Norma Moreira Braga, a qual Roberto Carlos carinhosamente chamava Norminha.
Aos seis anos de idade, no dia da Festa de São Pedro, que é o padroeiro da cidade de Cachoeiro do Itapemirim, ele foi atropelado por uma locomotiva a vapor e sua perna direita teve de ser amputada até pouco abaixo do joelho.[3] Até hoje ele usa uma prótese, mas evita falar no assunto.
Ainda criança aprendeu a tocar violão e piano - a princípio com sua mãe e, posteriormente, no Conservatório Musical de Cachoeiro de Itapemirim. Apesar de seu sonho de infância de ser arquiteto, dedicou-se à música. O ídolo na época era Bob Nelson, um artista brasileiro que se vestia de cowboy e cantava música "country" em português. Incentivado pela mãe, cantou pela primeira vez em um programa infantil na Rádio Cachoeiro, aos nove anos. Apresentou-se cantando o bolero "Amor y más amor". Como prêmio pelo primeiro lugar, recebeu balas. O cantor recordaria anos depois o momento, relatado na obra "Roberto Carlos em Detalhes", de Paulo Cesar de Araújo: "Eu estava muito nervoso, mas muito contente de cantar no rádio. Ganhei um punhado de balas, que era como o programa premiava as crianças que lá se apresentavam. Foi um dia lindo."[4] Tornou-se então presença assídua do programa, todos os domingos acreditando no seus sonhos de cantar.
Depois de um período de reclusão, Roberto Carlos retomou sua carreira com a turnê "Amor Sem Limite", inaugurada em Recife, em novembro de 2000,[10][11] título da canção - feita em homenagem a Maria Rita - de maior destaque no álbum lançado em dezembro daquele mesmo ano.[12][13] Ainda naquele ano, o cantor rompeu o contrato com a gravadora Sony (ex-CBS),[14][15] após 39 anos de parceria.[16]
Em 2001, Roberto recebeu inúmeras homenagens pelo 60º aniversário e gravou o álbum "Acústico MTV",[17] depois de meses de negociações entre a Rede Globo e a MTV Brasil.[18][19] O álbum trouxe 14 releituras em versão acústica para antigos sucessos, alguns cantados com a participação de artistas como Samuel Rosa, do Skank (em "É Proibido Fumar"), Tony Bellotto, dos Titãs (em "É Preciso Saber Viver"), entre outros.
No ano seguinte, Roberto Carlos foi acusado pelo maestro Sebastião Braga de plagiar a melodia da sua composição "Loucuras de Amor" em "O Careta", de 1987.[20] Também foi lançado o DVD "Acústico MTV",[21] que logo seria retirado de circulação devido a problemas contratuais. Em comemoração aos 90 anos do bondinho do Pão de Açúcar, o cantor fez uma apresentação para 200 mil pessoas no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.[22]
No final de 2003, apresentou-se no Ginásio do Maracanãzinho, onde foram gravadas imagens para o tradicional especial natalino na Rede Globo, e também onde foi divulgado seu novo álbum, "Pra sempre", totalmente dedicado a Maria Rita. Com nove canções inéditas, o disco contou com "O Cadillac" (única faixa escrita com Erasmo), "Acróstico" (cujas primeiras letras dos versos formam a frase "Maria Rita Meu Amor") e a bela "Todo Mundo Me Pergunta", além da faixa título "Pra Sempre". Em janeiro de 2004, Roberto fez um show no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, como parte das comemorações dos 450 anos da cidade. Em outubro do mesmo ano, o cantor lotaria o Estádio do Pacaembu, também na capital paulista, na apresentação do show "Pra Sempre" e que seria lançado em DVD. Após iniciar tratamento terapêutico, ele também reconheceu publicamente sofrer de transtorno obsessivo-compulsivo,[23] síndrome que o levou a um comportamento excessivamente supersticioso e o fez abandonar do repertório dos espetáculos canções famosas como "Café da Manhã", "Outra Vez" e "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno". Em entrevista coletiva, admitiu que poderia voltar a cantá-las, demonstrando os resultados do tratamento..[24] No final desse ano, comemorou o 30º aniversário do primeiro especial para a Rede Globo e foi lançado o primeiro volume de sua discografia, em uma caixa por década, que reúne seus discos em formato mini-LP e sonoridade remasterizada.
Em 2005, o Jornal do Brasil organizou uma votação sobre discos que emplacaram diversos sucessos ao mesmo tempo na música brasileira. Os primeiro e o segundo lugares ficaram com Roberto Carlos, com "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura", de 1967 (com sucessos como "Eu Sou Terrível", "Quando" e "Como É Grande O Meu Amor Por Você") e "Roberto Carlos", de 1977 (com sucessos como "Amigo", "Outra Vez", "Cavalgada", "Falando Sério" e "Jovens Tardes de Domingo"). Ainda nesse ano, chegou a um acordo com o maestro Sebastião Braga, que o acusava de plagiar uma canção sua..[25] Apesar do sucesso de vendas, os trabalhos recentes de Roberto Carlos continuam a desagradar à crítica, que o considera repetitivo. Ainda naquele ano, recebeu uma indicação e venceu o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Romântica, pelo álbum "Pra Sempre Ao Vivo no Pacaembu".
Roberto Carlos sempre manteve sua vida pessoal afastada dos holofotes e nunca permitiu a exposição dos filhos. Em seu repertório, Roberto Carlos homenageou seus pais (Lady Laura e Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo) e seus filhos (As Flores do Jardim da Nossa Casa, Quando As Crianças Saírem de Férias e Fim de Semana).
No período da Jovem Guarda, ele teria tido um romance com a modelo Maria Stella Splendore, então mulher do famoso estilista Dener. Desta relação, há a possibilidade, até hoje não confirmada, do cantor ser pai da filha de Maria Stella, Maria Leopoldina Splendore Pamplona de Abreu. Isto teria sido o pivô da separação de Dener e Maria Stella.[32]
Em 1968, ele casar-se-ia, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), com Cleonice Rossi, falecida em 1990, mãe dos filhos, nascidos no Brasil, Roberto Carlos Segundo (o Segundinho, mais conhecido como Dudu Braga, nascido em 1969), e Luciana (nascida em 1971). Ele ainda assumiu a paternidade de Ana Paula Rossi Braga, filha de Cleonice, e a registrou como sua colocando nela o sobrenome Braga e seu nome na certidão. Em 1979, o casamento com Cleonice se desfez, iniciando um romance com a atriz Myrian Rios, com quem teve um relacionamento que duraria onze anos. Não quiseram ter filhos.
Na década de 1990, o cantor descobriu, através de teste de paternidade, reconheceu Rafael Torres como seu filho. Em 1995, o cantor casou-se com a pedagoga Maria Rita Simões Braga - eles não quiseram ter filhos. Em 1998, foi diagnosticado câncer em Maria Rita, que viria a falecer de câncer em dezembro de 1999.
Em 17 de abril de 2010 morreu aos 96 anos Laura Moreira Braga, mãe de Roberto, a dois dias de o Rei completar seu aniversário de 69 anos. A notícia da morte de sua mãe foi dada durante uma apresentação que Roberto Carlos fez no Radio City Music Hall, em Nova York. Em 15 de abril de 2011, morreu de parada cardíaca sua filha, Ana Paula Rossi Braga. O mesmo então cancelou um show que faria em Vitória no dia de seu aniversário (19 de abril).
Discografia
Roberto Carlos é o único artista latino-americano a superar a barreira dos 100 milhões de cópias vendidas. Segundo o "RankBrasil", ele é o "Cantor Brasileiro que Mais Vendeu Discos no Mundo", com um total de 120 milhões de cópias, em 50 anos de carreira.
DVD,s
2001 - Acústico MTV (DVD)
2004 - Para Sempre: Ao Vivo No Pacaembú (DVD)
2006 - Roberto Carlos: Duetos (DVD)
2007 - Roberto Carlos En Vivo (DVD)
2008 - Roberto Carlos e Caetano Veloso e a música de Tom Jobim (DVD)
2010 - Elas cantam Roberto Carlos
Filmografia
Roberto Carlos estrelou filmes inspirados no modelo lançado pelos Beatles na década de 1960.[34] O primeiro longa-metragem foi "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, lançado em 1967. Um ano antes, havia sido iniciada a produção de "SSS Contra A Jovem Guarda", mas o filme jamais foi concluído.
1968 - Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (Roberto Farias)
1970 - Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa (Roberto Farias)
1971 - Som Alucinante (Carlos Augusto de Oliveira)
1971 - Roberto Carlos a 300 Quilômetros Por Hora (Roberto Farias)
Participações
1974 - Saravá, Brasil dos Mil Espíritos (Miguel Schneider)
2007 - Person (Marina Person)
Figuração
1958 - Aguenta O Rojão (Watson Macedo)
1958 - Alegria de Viver (|Watson Macedo)
1958 - Minha Sogra é da Policia (Aloísio de Carvalho)
1961 - Esse Rio que Eu Amo (Carlos Hugo Christensen)
Está ótimo, meu filho! Amei! Sou doida com o roberto! Afinal de contas, ele é a trilha sonora de minha vida...
ResponderExcluirTodo o carinho da
Lu