sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Mário Lago

Mário Lago (Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1911 — Rio de Janeiro, 30 de maio de 2002) foi um advogado, poeta, radialista, letrista e ator brasileiro.
Autor de sambas populares como "Ai, que saudades da Amélia" e "Atire a primeira pedra", ambos em parceria com Ataulfo Alves, fez-se popular entre as décadasde 40 e 50.
ilho do maestro Antônio Lago e de Francisca Maria Vicencia Croccia Lago,[1] e neto do anarquista e flautista italiano Giuseppe Croccia, formou-se em Direito pela Universidade do Brasil, em 1933, tendo nesta época se tornado marxista. A opção pelas idéias comunistas fizeram com que fosse preso em sete ocasiões - 1932, 1941, 1946, 1949, 1952, 1964 e 1969.[2]
Foi casado com Zeli, filha do militante comunista Henrique Cordeiro, que conhecera numa manifestação política, até a morte dela em 1997. O casal teve cinco filhos: Antônio Henrique, Graça Maria, Mário Lago Filho, Luiz Carlos (em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes) e Vanda.[2]
Torcedor do Fluminense, chegou a declarar, na época do 1º rebaixamento do clube, que a virada de mesa em favor do tricolor carioca havia sido uma atitude vergonhosa de todos os responsáveis, envolvidos no esquema. Ele afirmava veementemente, que o time deveria ter voltado à divisão de elite do Campeonato Brasileiro no campo, e não no tapetão.
Começou pela poesia, e teve seu primeiro poema publicado aos 15 anos. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na década de 30, na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atualFaculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde iniciou sua militância política no Centro Acadêmico Cândido de Oliveira, então fortemente influenciado pelo Partido Comunista Brasileiro. Durante a década de 1930, a então principal Faculdade de Direito da capital da República era um celeiro de arte aliada à política, onde estudaram Lago e seus contemporâneos Carlos Lacerda, Jorge Amado, Lamartine Babo entre outros.
Depois de formado, exerceu a profissão de advogado por apenas alguns meses. [3] Envolveu-se com o teatro de revista, escrevendo, compondo e atuando. Sua estréia como letrista de música popular foi com "Menina, eu sei de uma coisa", parceria com Custódio Mesquita, gravada em 1935 por Mário Reis. Três anos depois, Orlando Silva realizou a famosa gravação de "Nada além", da mesma dupla de autores.
Suas composições mais famosas são "Ai que saudades da Amélia", "Atire a primeira pedra", ambas em parceria com Ataulfo Alves; "É tão gostoso, seu moço", com Chocolate, "Número um", com Benedito Lacerda, o samba "Fracasso" e a marcha carnavalesca "Aurora", em parceria com Roberto Roberti, que ficou consagrada na interpretação de Carmen Miranda.
Em "Amélia", a descrição daquela mulher idealizada, ficou tão popular que "Amélia" tornou-se sinônimo de mulher submissa, resignada e dedicada aos trabalhos domésticos.
Na Rádio Nacional, Mário Lago foi ator e roteirista, escrevendo a radionovela "Presídio de Mulheres". Mas só ficou conhecido do grande público mais tarde, pela televisão, quando passou a atuar em novelas daRede Globo, como "Selva de Pedra", "O Casarão", "Nina", "Brilhante", "Elas por Elas" e "Barriga de Aluguel", entre outras. Também atuou em peças de teatro e filmes, como "Terra em Transe", de Glauber Rocha.
Mário esteve na União Soviética, em 1957, a convite da Rádio Moscou, para participar da reestruturação do programa Conversando com o Brasil, do qual participavam artistas e intelectuais brasileiros. Mas os programas radiofônicos produzidos no Brasil, que Mário mostrou aos soviéticos, foram por eles qualificados de "burgueses" e "decadentes". A avaliação que Mário Lago fez da União Soviética também não foi das melhores. Ali, segundo ele, a produção cultural sofria pelo excesso de gravidade e autoritarismo. Apesar da decepção com a experiência soviética, Mário Lago jamais abandonou a militância política. [4]
Em 1964, foi um dos nomes a encabeçar a lista dos que tiveram seus direitos políticos cassados pelo regime militar, e perdeu suas funções na Rádio Nacional.[1]
Em 1989, ligou-se ao Partido dos Trabalhadores e atuou como âncora dos programas eleitorais do então candidato do partido, Luís Inácio Lula da Silva, à presidência da República, em 1998.[1]
Autor dos livros Na Rolança do Tempo (1976), Bagaço de Beira-Estrada (1977) e Meia Porção de Sarapatel (1986), foi biografado em 1998 por Mônica Velloso na obra: Mário Lago: boêmia e política.
No carnaval de 2001, Mário Lago foi tema do desfile da escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz.[5]
Em dezembro de 2001, recebeu uma homenagem especial por sua carreira durante a entrega do Troféu Domingão do Faustão, que, no ano seguinte, ganharia o nome de Troféu Mário Lago, sendo anualmente concedido aos grandes nomes da teledramaturgia.
Em janeiro de 2002, o presidente da Câmara, Aécio Neves, foi à sua residência no Rio para lhe entregar, solenemente, a Ordem do Mérito Parlamentar. Na sua última entrevista ao Jornal do Brasil, Mário revelou que estava escrevendo sua própria biografia. Estava certo de que chegaria aos 100 anos, dizia Mário, "Fiz um acordo com o tempo. Nem ele me persegue, nem eu fujo dele".
Morreu no dia 30 de maio de 2002, aos noventa anos de idade, em sua casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro, de enfisema pulmonar. Para o velório foi aberto o palco do Teatro João Caetano onde vivera importantes momentos de sua carreira de ator.[1] Até o fim de sua vida manteve intensa atividade política e mesmo doente chegou a se engajar na campanha presidencial apoiando o então candidato Luís Inácio Lula da Silva. Por ter sido estudante do Colégio Pedro II da Unidade São Cristóvão, hoje em dia existe, em sua homenagem, dentro do colégio o Teatro Mário Lago, onde ali se faz apresentações do grupo de teatro do Colégio Pedro II da Unidade Engenho Novo (CRIARTE). Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.


FRASES FAMOSAS

Gosto e preciso de ti,
Mas quero logo explicar,
Não gosto porque preciso.
Preciso sim, por gostar.

Eu fiz um acordo com o tempo...
Nem ele me persegue, nem eu fujo dele...
Qualquer dia a gente se encontra e,
Dessa forma, vou vivendo
Intensamente cada momento...
Nós estamos condicionados a
pensar que nossas vidas giram
em torno apenas de grandes momentos.
Todavia, os grandes momentos
frequentemente nos pegam desprevenidos, e
ficam maravilhosamente guardados em recantos
que os outros podem considerar sem importância.
E da mesma forma ocorrem outros momentos...

Quando deixarmos de ter esperança
é melhor apagar o arco-íris.

O tempo não comprou passagem de volta. Tenho lembranças e não saudades.

Quando o homem perder a esperança, pode apagar o Arco-Iris

"Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade".

O verso é um clássico do samba brasileiro – e é de autoria de Mário Lago,
que antes de ator era um grande compositor e letrista de sambas,
marchas e foxes. A música, para quem não se lembra,
o que parece impossível já que clássicos do samba não morrem, é
Ai Que Saudades da Amélia, de 1942 e gravado pelo grande Ataulfo Alves.
Para reavivar a memória musical, são também de Mário Lago as músicas
Aurora, de 1941,
Nada Além, de 1938,
Atire a Primeira Pedra, de 1944
e É Tão Gostoso, Seu Moço, de 1953, entre outras.
São canções que vão além de meras “musiquinhas” e
mostram um compositor engajado com o meio social.




Teledramaturgia
 2001 - O Clone - Dr. Molina (participação especial)
 2000 - Brava Gente - Eleutério
 1992/1999 - Você Decide (12 episódios)
 1999 - Força de um Desejo - Teodoro
 1998 - Pecado Capital - Amatto
 1998 - Torre de Babel - Padre (participação especial)
 1998 - Hilda Furacão - Olavo
 1996 - O Fim do Mundo - Frei Luiz
 1996 - Quem É Você?
 1995 - Explode Coração
 1995 - Engraçadinha, seus amores e seus pecados - Osmar
 1994 - Quatro por Quatro - Henrique Pessoa
 1993 - Agosto - Aniceto
 1992 - De Corpo e Alma - Veiga
 1992 - Despedida de Solteiro - Padre (participação especial)
 1991 - Vamp (participação especial)
 1990 - Barriga de Aluguel - Dr. Molina
 1989 - O Salvador da Pátria - Quinzote
 1988 - O pagador de promessas - Dom Germano
 1986 - Cambalacho - Antero Souza e Silva
 1986 - Roda de Fogo - Antônio Villar
 1985 - Grande Sertão: Veredas - Compadre Quelemem
 1985 - Tenda dos Milagres - Judge João Reis
 1985 - Um Sonho a Mais
 1985 - O tempo e o vento - Padre Lara
 1984 - Partido Alto
 1984 - Padre Cícero - Núncio Apostólico
 1983 - Guerra dos Sexos - juiz
 1983 - Louco Amor - Agenor Rocha
 1982 - Elas por Elas - Miguel Aranha
 1981 - Brilhante - Vítor Newman
 1981 - Baila Comigo - (participação especial)
 1980 - Plumas & Paetês - Cristiano
 1979 - Os Gigantes - Antônio Lucas
 1979 - Dancin' Days - Alberico Santos
 1977 - Nina - Galba
 1976 - O Casarão - Atílio Souza
 1975 - Pecado Capital - Perez
 1975 - Cuca Legal - Aureliano
 1975 - Escalada - Chico Dias
 1974 - O Espigão - Gabriel Martins
 1973 - Cavalo de Aço - Inácio
 1972 - Selva de Pedra - Sebastião
 1971 - Minha doce namorada - César
 1971 - Assim na Terra Como no Céu - Oliveira Ramos
 1970 - Verão Vermelho - Bruno
 1969 - A Ponte dos Suspiros - Foscari
 1969 - Rosa Rebelde - Barão de La Torre
 1968 - Passo dos Ventos - Dubois
 1968 - O homem proibido - Ali Abbor
 1967 - Presídio de Mulheres - Pierre (TV Tupi)
 1967 - A sombra de Rebeca - Tamura
 1966 - O Sheik de Agadir - Otto Von Lucker
 1963 - Nuvem de Fogo
[editar]Atuação no cinema
 1983 - Idolatrada
 1978 - O Velho Gregório
 1977 - Lá Menor
 1973 - Café na Cama
 1971 - São Bernardo
 1970 - Os Herdeiros
 1970 - Badalada dos Infiéis
 1969 - Pedro Diabo Ama Rosa Meia-Noite
 1969 - O Bravo Guerreiro
 1969 - Tempo de Violência
 1969 - Incrível, Fantástico, Extraordinário
 1968 - Desesperato
 1968 - A Vida Provisória
 1968 - Massacre no Supermercado
 1967 - Terra em Transe
 1967 - Na Mira do Assassino
 1966 - O Padre e a Moça
 1966 - Essa Gatinha é Minha
 1966 - Na Onda do Iê-iê-iê
 1966 - Cuidado, Espião Brasileiro em Ação
 1965 - História de um Crápula
 1962 - Assalto ao Trem Pagador
 1962 - Assassinato em Copacabana
 1959 - Mulheres, Cheguei!
 1957 - Papai Fanfarrão
 1953 - Balança Mas Não Cai
 1952 - Pecadora Imaculada
 1950 - A Sombra da Outra
 1949 - O Homem que Passa
 1948 - Uma Luz na Estrada
 1948 - Terra Violenta
 1947 - Asas do Brasil
 1947 - O Homem que Chutou a Consciência

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