sexta-feira, 30 de março de 2012

Rita Hayworth : O mais lindo rosto que Hollywood já viu

Rita Hayworth, atriz norte-americana de ascendência hispano-irlandesa, que atingiu o auge na década de 1940 e tornou-se um mito eterno do cinema.
Nasceu com o nome de Margarita Carmem Cansino, no Brooklyn, na cidade de Nova Iorque. Era filha do dançarino flamenco Eduardo Cansino, natural de Castilleja de la Cuesta, e de Volga Hayworth, chefes de uma famosa família de dançarinos ciganos espanhóis. Seu pai queria que ela se tornasse dançarina, enquanto a mãe desejava que ela fosse atriz. Seu avô, Antonio Cansino, era o maior expoente de Dança Clássica Espanhola, sua escola de dança em Madrid era mundialmente famosa, e foi ele quem deu a Rita, sua primeira lição de dança. Assim que ela fez três anos e meio, começou a ter aulas de dança. Ela não gostava, mas não teve coragem de contar para o pai. Durante vários anos ela frequentou diariamente aulas de dança no Carnegie Hall, sob a instrução de seu tio Angel Cansino.
Com oito anos de idade, sua família se mudou para o oeste de Hollywood, onde criaram seu propria Escola de dança. Famosos artistas de Hollywood receberam treinamento do próprio Eduardo Cansino, incluindo James Cagney e Jean Harlow. Com a Grande Depressão, os negócios da família faliram. Os Musicais já não estavam na moda, e ninguem mais tinha tempo para aulas de dança em um período economico tão dificil. Mas quando um sócio do sobrinho de Cansino, que estava dançando em um musical quebrou a perna, Volga sugeriu que Rita fizesse o papel.
A idéia de Volga deu um grande plano para Eduardo: fazer parceria com a filha no número de vaudeville que ele já possuía, chamado "The Dancing Cansinos". Como Rita não tinha idade suficiente para trabalhar nas casas noturnas e bares da Califórnia, ela e seu pai viajaram pela fronteira até a cidade de Tijuana no México, um local turistico popular para os cidadãos de Los Angeles no inicio dos anos de 1930. Rita trabalhou em lugares como o Foreign Club e o Caliente Club.
Foi no "Caliente Club", em 1935, que Rita foi descoberta pelo diretor da Fox Film Corporation, Winfield Sheehan. Uma semana depois, Rita foi levada para Hollywood, para fazer um teste na Fox. Impressionado com o seu desempenho, Sheehan, assinou um contrato de seis meses com Rita (Agora conhecida como Rita Cansino).
Durante seu período na Fox, Rita apareceu em cinco filmes, nos quais seus papeis não foram nem importantes nem memoraveis. Estreiou como coadjuvante/secundária em Sob o Luar dos Pampas (Under the Pampas Moon, 1935), um faroeste passado na Argentina, estrelado por Warner Baxter. Foi escalada para vários outros papéis pequenos, nos quais se destacou por seus dotes para a dança e por sua beleza. Com o final de seu contrato de seis meses, o então Produtor Executivo Darryl F. Zanuck não se interessou por ela e não renovou seu contrato.
Em 1937, Rita, já com 18 anos, casou-se com seu empresário, Edward Judson, que tinha o dobro de sua idade. Mesmo, ela tendo sido abandonada pela Fox, Judson conseguiu para ela vários papeis em filmes independentes, e finalmente conseguiu marcar um teste com a Columbia Pictures, estúdio que tentava se firmar como um dos grandes de Hollywood e, por isso, necessitava ardentemente de estrelas importantes. O Chefão do estúdio, Harry Cohn, logo assinou um contrato de longo prazo. Rita começou a fazer pequenos papeis nos filmes da Columbia.
Cohn disse que a imagem de Rita era muito mediterrânea, o que causou que ela fizesse vários papéis Hispânicos. Rita passou por uma dolorosa eletrólise para aumentar a testa e acentuar o Pico de Viúva. Quando estreou na Columbia, ela havia mudado a cor do seu cabelo, de castanho para um tom de ruivo, e passara a se chamar Rita Hayworth (Usando o nome de solteira de sua mãe).
Tornando-se estrela

Rita passou por uma dificil transição de dançarina de cabaré para estrela de cinema. Ela era, em primeiro lugar, uma dançarina; tornar-se atriz foi uma maneira de ganhar a vida.
A colunista de fofocas Louella Parsons, achou que Rita Hayworth não seria bem sucedida. Ela a conheceu justamente quando ela estava começando, e a viu como uma garota "tímida" e que "não podia olhar estranhos nos olhos" e cuja voz era tão baixo que mal podia ser ouvida.
A Columbia, parecia não saber o que fazer com ela. Em 1935, quando tinha 17 anos, ela foi retirada do elenco de Ramona e substituída por Loretta Young. "Foi a pior decepção da minha vida", disse Rita. Ela ficou arrasada, mas não desistiu. Rita continuou a aparecer em uma série infindável de produções B, ora como protagonista, ora como coadjuvante/secundária. Em 1939, Cohn pressionou o diretor Howard Hawks a usar Rita para um papel pequeno, mas importante, em Paraíso Infernal (Only Angels Have Wings), um grande sucesso de bilheteria estrelado por Cary Grant e Jean Arthur, . Cohn começou a ver Rita Hayworth, como sua primeira estrela (o estúdio nunca teve oficialmente grandes estrelas sob contrato, com exceção de Jean Arthur, que estava tentando sair do seu contrato com a Columbia).
No ano seguinte, Harry Cohn, começou a construir Rita Hayworth, usando-a em filmes como Melodias do Meu Coração (Music in My Heart), Protegida do Papai (The Lady In Quenstion) e Anjos da Broadway (Angels Over Broadway). Mas sua sorte só começou realmente a mudar quando foi emprestada à MGM para fazer o terceiro papel feminino de Uma Mulher Original (Susan and God, 1940), de George Cukor, drama estrelado por Joan Crawford e Fredric March.
No ano seguinte, novo empréstimo, agora para a Warner Bros., onde foi o segundo nome feminino em Uma Loira com Açúcar (The Strawberry Blonde, 1941), comédia de Raoul Walsh, com James Cagney e Olivia de Havilland. Um sucesso de bilheteria, que deu grande popularidade para Rita Hayworth, que imediatamente se tornou uma das propriedades mais quentes de Hollywood. A Warner ficou tão impressionada com ela, que tentou comprar seu contrato da Columbia, mas Harry Cohn se recusou a libera-la.
Ainda em 1941, seu sucesso na Warner Bros. levou-a a ser emprestada à Fox, para interpretar Doña Sol na superprodução Sangue e Areia (Blood and Sand), drama de Rouben Mamoulian, estrelado por Tyrone Power e Linda Darnell. Este filme lançou-a como o símbolo sexual por excelência de toda aquela década.
Nos anos que se seguiram, Rita brilhou em musicais da Columbia, como Ao Compasso do Amor (You'll Never Get Rich, 1941), Bonita Como Nunca (You Were Never Lovelier, 1942), ambos com Fred Astaire e Modelos (Cover Girl, 1944), com Gene Kelly, firmando-se como uma das maiores dançarinas das telas e a maior estrela romântica dos anos 1940. Porém, a chegada do sucesso profissional coincidiu com a crise em seu casamento, que acabou em divórcio em 1942.
Rita passou por uma dificil transição de dançarina de cabaré para estrela de cinema. Ela era, em primeiro lugar, uma dançarina; tornar-se atriz foi uma maneira de ganhar a vida.
A colunista de fofocas Louella Parsons, achou que Rita Hayworth não seria bem sucedida. Ela a conheceu justamente quando ela estava começando, e a viu como uma garota "tímida" e que "não podia olhar estranhos nos olhos" e cuja voz era tão baixo que mal podia ser ouvida.
A Columbia, parecia não saber o que fazer com ela. Em 1935, quando tinha 17 anos, ela foi retirada do elenco de Ramona e substituída por Loretta Young. "Foi a pior decepção da minha vida", disse Rita. Ela ficou arrasada, mas não desistiu. Rita continuou a aparecer em uma série infindável de produções B, ora como protagonista, ora como coadjuvante/secundária. Em 1939, Cohn pressionou o diretor Howard Hawks a usar Rita para um papel pequeno, mas importante, em Paraíso Infernal (Only Angels Have Wings), um grande sucesso de bilheteria estrelado por Cary Grant e Jean Arthur, . Cohn começou a ver Rita Hayworth, como sua primeira estrela (o estúdio nunca teve oficialmente grandes estrelas sob contrato, com exceção de Jean Arthur, que estava tentando sair do seu contrato com a Columbia).
No ano seguinte, Harry Cohn, começou a construir Rita Hayworth, usando-a em filmes como Melodias do Meu Coração (Music in My Heart), Protegida do Papai (The Lady In Quenstion) e Anjos da Broadway (Angels Over Broadway). Mas sua sorte só começou realmente a mudar quando foi emprestada à MGM para fazer o terceiro papel feminino de Uma Mulher Original (Susan and God, 1940), de George Cukor, drama estrelado por Joan Crawford e Fredric March.
No ano seguinte, novo empréstimo, agora para a Warner Bros., onde foi o segundo nome feminino em Uma Loira com Açúcar (The Strawberry Blonde, 1941), comédia de Raoul Walsh, com James Cagney e Olivia de Havilland. Um sucesso de bilheteria, que deu grande popularidade para Rita Hayworth, que imediatamente se tornou uma das propriedades mais quentes de Hollywood. A Warner ficou tão impressionada com ela, que tentou comprar seu contrato da Columbia, mas Harry Cohn se recusou a libera-la.
Ainda em 1941, seu sucesso na Warner Bros. levou-a a ser emprestada à Fox, para interpretar Doña Sol na superprodução Sangue e Areia (Blood and Sand), drama de Rouben Mamoulian, estrelado por Tyrone Power e Linda Darnell. Este filme lançou-a como o símbolo sexual por excelência de toda aquela década.
Nos anos que se seguiram, Rita brilhou em musicais da Columbia, como Ao Compasso do Amor (You'll Never Get Rich, 1941), Bonita Como Nunca (You Were Never Lovelier, 1942), ambos com Fred Astaire e Modelos (Cover Girl, 1944), com Gene Kelly, firmando-se como uma das maiores dançarinas das telas e a maior estrela romântica dos anos 1940. Porém, a chegada do sucesso profissional coincidiu com a crise em seu casamento, que acabou em divórcio em 1942.

GILDA

A fama de maior estrela da década e de uma das mulheres mais desejadas e famosas do mundo consolidou-se ao estrelar, no auge de sua beleza, o clássico noir Gilda (Gilda, 1946), de Charles Vidor, ao lado de Glenn Ford, com quem já atuara antes em Protegida do Papai (The Lady in Question, 1940), também de Vidor. O marcante, ainda que brevíssimo, striptease de Rita (na verdade o striptease é sugerido pois ela tira apenas a comprida luva de um dos braços) e a bofetada que ela recebe de Ford, ajudaram a engrossar a enorme bilheteria que o filme recebeu em todo o mundo.
Gilda, o filme mais importante de sua carreira, também marcou o início de seu lento declínio em Hollywood. Assim como, na frase precisa da campanha publicitária, "nunca houve uma mulher como Gilda", assim também nunca mais Rita conseguiu repetir esse êxito, apesar de ter continuado a trabalhar em produções de sucesso.
Com Orson Welles, com quem se casara em 1943, Rita estrelou A Dama de Xangai (The Lady from Shanghai, 1948). O filme não agradou nem aos fãs nem à crítica, em parte porque Welles pediu-lhe que cortasse o cabelo e o pintasse de louro, além de matar sua personagem no final. No mesmo ano, Os Amores de Carmen (The Loves of Carmen), também de Charles Vidor, reuniu-a novamente com Glenn Ford. A química funcionou outra vez e o filme foi sucesso. Em 1952, fez Uma Viúva em Trinidad (Affair in Trinidad), de Vincent Sherman, atuando pela quarta vez ao lado de Ford. Seus dois filmes do ano seguinte foram dois grandes escândalos, pelo seus temas: Salomé (Salome, 1953), de William Dieterle, com Stewart Granger, onde fez o personagem bíblico que pediu a execução de João Batista e A Mulher de Satã (Miss Sadie Thompson, 1953), de Curtis Bernhardt, com Jose Ferrer, em que Rita interpreta uma pecadora que seduz um reverendo. Seu último grande sucesso foi Meus Dois Carinhos (Pal Joey, 1957), de George Sidney, com Rita dividindo a cena com Frank Sinatra e Kim Novak, considerada a nova rainha da Columbia. Na hora de decidir quem encabeçaria o elenco, Sinatra resolveu a questão: "O direito de ter o nome em primeiro lugar pertence a Rita Hayworth. Ela é a Columbia Pictures e sempre será".
Rita ainda faria vários outros filmes, inclusive na Europa, mas seus dias de glória e sua época já eram coisa do passado. Trabalhou pela quinta vez com Glenn Ford, em O Dinheiro É a Armadilha (The Money Trap, 1966), de Burt Kennedy, e encerrou a carreira com A Ira Divina (The Wrath of God, 1972), ao lado de Robert Mitchum. Coincidentemente, este último é um faroeste, como seu primeiro trabalho, e assim o círculo se completa. Rita casou-se cinco vezes: a primeira com Edward C. Judson (1937- 1942); a segunda com Orson Welles (1943-1948), com quem teve uma filha, Rebecca; a terceira com o príncipe Aly Khan (1949-1953), com quem teve princesa Yasmin Aga Khan; a quarta com o cantor Dick Haymes (1953-1955), e a última com James Hill (1958-1961). Todos seus casamentos terminaram em divórcio. Considerada por muitos a mulher mais bonita da história do cinema, a despeito de Greta Garbo e Marilyn Monroe, a atriz definia seu insucesso no amor com a seguinte frase, que resiste à passagem do tempo: "A maioria dos homens se apaixona por Gilda, mas acorda comigo".
Morreu na casa de sua filha, Yasmin, em Nova Iorque, aos sessenta e nove anos, vítima do mal de Alzheimer, do qual padecia desde a década de 1960, mas que só foi diagnosticado em 1980. Está sepultada no Cemitério de Holy Cross em Culver City, California.

Curiosidades

Rita foi criada como catolica romana.
Em 27 de maio de 1949, ela se casou com o principe Ally Khan. Então Rita Hayworth, e não Grace Kelly, foi a primeira atriz de cinema a se tornar uma princesa.
Rita foi interpretada por Lynda Carter, em Rita Hayworth: The Love Goddess, um documentário sobre a sua vida de 1984.
É uma das atrizes de Hollywood mencionada na canção "Vogue", da cantora Madonna.
Durante o filme documentário This Is It de Michael Jackson, na performace de Smooth Criminal, Jackson havia preparado um curta onde ele interagia com a personagem Gilda na cena clássica do striptease. Jackson sempre foi um grande adimirador de filmes clássicos antigos, e quis homenagear a famosa personagem vivida por Rita Hayworth.
Rita Hayworth foi nomeada pela American Film Institute, como a 19ª das 50 maiores lendas do cinema.
No filme Notting Hill, Anna Scott (Julia Roberts) menciona que Gilda foi o papel mais importante de Rita Hayworth e cita uma das suas famosas citações "Os homens apaixonavam-se por Gilda, mas acordavam comigo."

segunda-feira, 26 de março de 2012

Falar a verdade ao idoso?

Antes de tentar responder a pergunta acima, vamos ler primeiro esta história real, com nomes e situações preservados por alterações:

“Dr. Antonino estava preocupado não somente com a saúde debilitada de Nestor, 84 anos, portador de doença coronariana severa (coronárias obstruídas), mas também de como a esposa e os filhos escondiam dele a gravidade e o prognóstico dado pelo cardiologista. Mesmo após três pontes de safena e duas angioplastias, as crises de anginas e o coração dilatado mostravam que a doença cardíaca não evoluía bem. O que era pior, até deitado, vinha as crises de dor no peito e de falta de ar. O médico tentou contra-argumentar com a esposa (esta era irredutível), mostrando que Nestor deveria saber da gravidade de seu quadro clínico, era um direito seu. Nada.

Um dia, por acaso, numa dos vários internamentos de Nestor, para controle dos sintomas de angina e falta de ar, Dr. Antonino chegou no quarto onde estava internado e notou que estava sozinho. Perguntou pela esposa, sua fiel escudeira, e recebeu a resposta de que fora à capela do hospital, rezar o terço junto com o pessoal da pastoral da saúde. Examinou, então, mais uma vez o paciente, e quando já ia embora, foi interpelado pelo Nestor com uma pergunta desconcertante: – Será que consigo chegar pelo menos até o natal, Dr. Antonino? Com um olhar quase imperceptível de espanto, mas experiente pelas décadas de acompanhamento de pacientes cardiopatas graves, Dr. Antonino rebateu com outra pergunta: – Por que a pergunta longe dos filhos e da esposa? O que o Sr. quer dizer com isto?

- Realmente, preferi falar longe de minha família, sobre o meu estado, doutor, pois sinto que eles têm uma esperança muito grande e uma fé enorme de que vou me curar! Mas percebo que meu coração já deu o que tinha que dar. Não me resta muito tempo para o infarto fatal. Mas, olhando para o rosto de minha esposa, para a fé de minha filha, não… eu não tenho direito de lhes roubar este fio de esperança! Não é justo, Dr. Antonino! O senhor me entende?”

Após ler esta história, temos duas considerações a fazer:

É direito do paciente idoso saber sobre o seu real estado de saúde?
Se lhe é concedido o direito, como falar a verdade?

Respondendo a primeira pergunta, temos o respaldo ético de três autoridades no assunto:
Do Código de Ética Médica: é vedado ao médico ” deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta ao paciente possa provocar-lhe dano, devendo, nesse caso, a comunicação ser feita pelo responsável legal”.

Do Código de Ética do Hospital Brasileiro: “O paciente e/ou seu responsável legal têm o direito irrestrito a toda informação referente à sua saúde, ao tratamento prescrito, às alternativas disponíveis e aos riscos e contra-indicações de cada uma destas. É reconhecido ao paciente o direito – igualmente irrestrito – de recusar determinado tratamento”.
Da Carta Brasileira dos Direitos dos Pacientes: “Toda pessoa necessitada de cuidados de saúde tem o direito de… ser informada a respeito do processo terapêutico a que esta submetida, bem como de seus riscos e probabilidades de sucesso…. de solicitar e receber informações relativas ao diagnóstico, ao tratamento e aos resultados de exames e outras práticas efetuadas durante a sua internação… de ser informado o real estado de sua enfermidade, do real estado de gravidade”.

Ainda é corriqueiro em nossa cultura brasileira, a máxima de não falar prognósticos catastróficos para os pacientes, com medo de agravar ainda mais o quadro clínico. Quanto menos o doente fica sabendo, talvez melhor seriam suas chances de recuperação e cura! Quanto mais idoso, menos se fala!

Porém, primeiro nos países desenvolvidos (Estados Unidos, Europa…) observamos que cada vez mais se fala a verdade para os pacientes, como um direito inalienável. Em nosso meio, esta mentalidade de “dourar a pílula”, de esconder a verdade, ainda está muito arraigada nas famílias, o que atrapalha a dificuldade de comunicação entre o médico e o paciente. Será que, realmente, estamos protegendo o paciente?

Voltemos a pergunta do título desta página: como falar a verdade…?

Como diz Léo Pessini, em seu livro “Como lidar com o paciente em fase terminal” (Ed. Santuário, 1990), de onde muitas idéias desta página foram retiradas: “O paciente em fase terminal ou então, mais amplamente, que tem uma doença incurável, TEM O DIREITO DE SABER A VERDADE. Não temos o direito de tirar a esperança de ninguém, mas igualmente não podemos acrescentar ilusões. São geralmente desastrosas as práticas de enganar. O paciente necessita, sim, de esperanças, mas não pode ser enganado.

Léo Pessini continua: “A responsabilidade primeira de comunicar a verdade é do médico, mas também quem está mais próximo do doente pode fazê-lo, com ciência do médico. Cada caso é diferente, dependendo da sensibilidade e capacidade daqueles que prestam os cuidados, bem como da condição do paciente e de sua habilidade de relacionar-se com os outros”.

Um último depoimento, de uma senhora idosa portadora de câncer: ” Não sou mais obrigada a ouvir, em respostas as minhas perguntas silenciosas, as palavras, certamente bem-intencionadas, de consolo hipócrita, que me dirigiam as enfermeiras… Pouparam-me que se falasse uma coisa aqui no quarto e outra diferente lá fora, diante da porta… A palavra CÂNCER foi pronunciada inclusive por mim mesma. Com isto, foi-me evitada a humilhação de ser animada por consoladores sem a mínima sensibilidade. Dessa forma, foi preservada a minha dignidade, pude continuar a viver como ser humano. Creio que o mais importante, no entanto, foi que a mim e a meus familiares, foi poupado um triste jogo de esconder. Dessa maneira, não se criou nenhuma barreira entre nós. Continuamos unidos, exatamente quando era tão necessário e aproximamo-nos mais ainda”!

sábado, 24 de março de 2012

Beto Richa confirmou que a inauguração do Hospital Zilda Arns, também chamado Hospital do Idoso

O governador Beto Richa confirmou que a inauguração do Hospital Zilda Arns, também chamado Hospital do Idoso, acontecerá no próximo dia 29 de março, em homenagem ao aniversário de Curitiba. A unidade terá 141 leitos, centros cirúrgicos, central de diagnóstico por imagem e atendimento domiciliar pós-alta.
“Esta é uma unidade muito importante e muito aguardada pela comunidade, que foi concluída graças a união de esforços da prefeitura e dos governos federal e estadual”, disse Richa. Segundo ele, somente os últimos investimentos, para compra de equipamentos, chegaram a R$ 14 milhões. O hospital vai contar com 700 profissionais e terá capacidade de 50 mil atendimentos por ano.
O Hospital do Idoso foi erguido na região Sul da capital, onde Richa participou nesta sexta-feira da inauguração do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Arnaldo Agenor Bertone. A nova creche, que fica no bairro Sítio Cercado, pode atender 200 crianças de zero a cinco anos de idade e recebeu um investimento de R$ 1,3 milhão.
Richa lembrou a importância da educação como fator de desenvolvimento da cidadania para as pessoas e disse que a prefeitura tem feito um grande esforço nos últimos anos para atender à demanda da população curitibana por vagas em creches.
“Graças à parceria que a prefeitura tem hoje com o governo do Estado estamos entregando uma série de obras neste mês de aniversário, em todas as regiões da cidade”, disse o prefeito Luciano Ducci Ducci. Ele também convidou a comunidade para a inauguração do Hospital Zilda Arns.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Ministro da Previdência inaugura posto na delegacia do idoso

O governador Wilson Martins recebe, na manhã desta sexta-feira (23), no Palácio de Karnak, o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho. O ministro participará da solenidade de assinatura para implantação do posto de atendimento do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) na Delegacia do Idoso de Teresina.
A disponibilização do sistema do INSS no local visa agilizar a suspensão dos descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas por conta de empréstimos consignados fraudulentos, facilitando, inclusive, procedimentos policiais.
Com o funcionamento do posto do INSS dentro da delegacia, o idoso lesado não terá de se deslocar a outro prédio e enfrentar fila para ter sua demanda resolvida pelo INSS. Além disso, a Polícia Judiciária terá respostas mais rápidas aos quesitos formulados às instituições financeiras que fazem tais empréstimos consignados.
O ministro Garibaldi Filho e o governador Wilson Martins visitarão ainda a Delegacia do Idoso, que fica na Rua Vinte e Quatro de Janeiro, 500, Centro-Norte. O telefone é (86) 3216 5251.

quinta-feira, 22 de março de 2012

IDOSO PODE FICAR ISENTO DAS TAXAS DA CNH

GOIÁS - A Comissão Tributação, Finanças e Orçamento da Assembleia, pode distribuir para relatoria, na reunião desta quarta-feira, 21, o projeto nº 3.744/11, que concede isenção do pagamento de taxas estaduais relativas à renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) às pessoas maiores de 65 anos. A reunião será realizada às 14 horas, no Auditório Solon Amaral. A proposta é de autoria do deputado Mauro Rubem e já recebeu parecer favorável à aprovação na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ). Para se tornar lei, a matéria precisa do aval das Comissões, ser votada e aprovada em dois turnos em Plenário e, posteriormente, receber a sanção do Governador .

quinta-feira, 15 de março de 2012

Reunião debate política pública para o idoso e reúne autoridades na Secid

Na tarde desta quarta-feira (14), a Secretaria da Cidadania (Secid) recebeu a presença de diversas autoridades para debater a política pública de atenção ao idoso. Entre os participantes estava o promotor de Justiça, Dr. Jorge Alberto de Oliveira Marum, o presidente do Conselho Municipal do Idoso Luiz Antônio Gonçalves Gildes, e o responsável pela Delegacia do Idoso em Sorocaba, Dr. Silvio Vicentim, delegado do 3º Distrito Policial; além de representantes da Polícia Militar, da Secretaria da Saúde (SES) e demais membros do conselho e da Secid.

No encontro, o grupo debateu o fluxograma de como melhorar o tratamento a esta parcela da população e evoluir nos cuidados ao idoso, além de destacar os pontos positivos e negativos dos sistemas implantados atualmente na cidade; ou seja, que de deve melhorar e o que se pode melhorar ainda mais.

Ao final, foi decidido que o próximo encontro deverá estar presente o secretário da Saúde, Ademir Watanabe, para ajudar no debate às buscas de avanços no atendimento deste setor junto aos idosos. Também serão convidados para a reunião os representantes de entidades sociais conveniadas com a Secid para também exporem suas ideias e dificuldades.

"É muito importante esse tipo de reunião de política pública para solucionarmos os problemas do idoso em Sorocaba", afirmou a secretária da Cidadania, Maria José de Almeida Lima, que destacou que os encontros deverão acontecer mensalmente e "visam à solução de problemas que atingem as pessoas da terceira idade, gerando, assim, melhor qualidade de vida para elas".

Idoso de 86 anos cursa matemática em faculdade federal e dá exemplo

Aos 86 anos e com força de vontade para encarar os estudos, o aposentado Bartolomeu Queiroz começou a cursar matemática na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). As aulas tiveram início na semana passada, no campus de Aquidauana, a 143 km de Campo Grande.
Durante a vida profissional, Queiroz foi pedreiro, carpinteiro, mestre de obras e motorista de caminhão. A dificuldade para conciliar trabalho e estudo e a necessidade de sustentar a família fizeram com que ele abandonasse a escola cinco vezes, ao longo da vida. “Parei de estudar porque eu fazia viagens com o caminhão e não tinha tempo”, disse. A volta aos estudos foi a realização de um sonho, segundo o aposentado.
Para conseguir a vaga na universidade, Queiroz cursou o Ensino de Jovens e Adultos (Enseja) em uma escola pública em frente à casa dele, em Anastácio, cidade vizinha a Aquidauana. Depois de obter o certificado, fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e conseguiu a aprovação para o ensino superior. O aposentado diz que escolheu a matemática pela facilidade que tem com números.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Chica da Silva: A escrava que se fez rainha



Era filha do português Antonio Caetano de Sá e da escrava da Costa da Mina, Maria da Costa, por meio de um relacionamento extraconjugal.[1] Foi libertada por solicitação de João Fernandes de Oliveira, um contratador de diamantes.[1]
Foi escrava do sargento-mor Manoel Pires Sardinha, proprietário de lavras no arraial do Tijuco. Nesta época teve pelo menos 1 filho, Simão Pires Sardinha, nascido em 1751, que teve como padrinho de batismo o então Capitão dos Dragões do Distrito Diamantino, em homenagem ao qual recebeu o nome. O registro de batismo deste filho não declara a sua paternidade, mas Manoel Pires Sardinha deu-lhe alforria e nomeou-o como um de seus herdeiros no seu testamento, daí o uso do mesmo sobrenome. Simão Pires Sardinha foi educado na Europa e veio a ocupar cargos importantes no governo da Corte. Embora não haja comprovação, alguns autores pretendem que ele teria tido parte na Inconfidência Mineira.
Em seguida, Chica da Silva foi vendida ou dada como escrava a José da Silva e Oliveira Rolim, o padre Rolim. Ele foi, posteriormente, condenado à prisão pela importante participação que teve na Inconfidência Mineira. Também veio a viver com Quitéria Rita, uma das filhas de Chica da Silva e João Fernandes.
Pouco tempo depois, em 1753, João Fernandes de Oliveira chegou ao arraial do Tijuco para assumir a função de contratador dos diamantes, que vinha sendo exercida por seu pai homônimo desde 1740. Em 1754, Chica da Silva foi adquirida, ou alforriada, pelo novo explorador de diamantes João Fernandes com o qual passou a viver sem que nunca tivessem se casado oficialmente.
O casal Chica da Silva e João Fernandes teve 13 filhos durante os quinze anos em que conviveu: Francisca de Paula (1755); João Fernandes (1756); Rita (1757); Joaquim (1759); Antonio Caetano (1761); Ana (1762); Helena (1763); Luiza (1764); Antônia (1765); Maria (1766); Quitéria Rita (1767); Mariana (1769); José Agostinho Fernandes (1770). Todos foram registados no batismo como sendo filhos de João Fernandes, ato incomum na época quando os filhos bastardos de homens brancos e escravas eram registrados sem o nome do pai.
Entre 1763 e 1771, João Fernandes e Chica da Silva habitaram a edificação existente atualmente na praça Lobo de Mesquita, n. 266, em Diamantina.
A união consensual estável de João Fernandes e Chica da Silva não foi um caso isolado na sociedade colonial brasileira de envolvimento de homens brancos com escravas. Distinguiu-se por ter sido pública, intensa e duradoura, além de envolver um dos homens mais ricos da região durante o apogeu econômico.
Os amantes separaram-se em 1770, quando João Fernandes de Oliveira necessitou retornar a Portugal para receber os bens deixados em testamento pelo pai. Ao partir, João Fernandes levou consigo os seus quatro filhos homens. Em Portugal, os filhos homens de Chica da Silva receberam educação superior, ocuparam postos importantes na administração do Reino e até receberam títulos de nobreza.
Chica da Silva ficou no arraial do Tijuco com as filhas e a posse das propriedades deixadas por João Fernandes, o que lhe garantiu uma vida confortável. Suas filhas receberam a melhor educação que se dava às moças da aristocracia local naquela época, sendo enviadas para o Recolhimento das Macaúbas onde aprenderam a fazer tricô, foram letradas, receberam intrução musical. Dali, só saíram em idade de se casar, embora algumas tenham seguido a vida religiosa.
Apesar de ser uma concubina, Chica da Silva alcançou prestígio na sociedade local e usufruiu das regalias privativas das senhoras brancas. Na época, as pessoas se associavam a irmandades religiosas de acordo com a sua posição social. Chica da Silva pertencia às Irmandades de São Francisco e do Carmo, que eram exclusivas de brancos, mas também às irmandades das Mercês - composta por mulatos - e do Rosário - reservada aos negros. Portanto, Chica da Silva tinha renda para realizar doações a quatro irmandades diferentes, era aceita como parte da elite local composta quase que exclusivamente por brancos, mas também mantinha laços sociais com mulatos e negros por meio de suas irmandades. Apesar disto, como era costume da época, logo que foi alforriada passou a ser dona de vários escravos que cuidavam das atividades domésticas de sua casa.
Faleceu em 1796. Como era costume na época, Chica da Silva tinha o direito de ser sepultada dentro da igreja de qualquer uma das quatro irmandades a que pertencia. Foi sepultada dentro da igreja de São Francisco de Assis pertencente a mais importante irmandade local, um privilégio quase que exclusivo dos brancos ricos, o que demonstra que mantinha a condição social mais alta mesmo vários anos após a partida de João Fernandes para Togo.
O jornalista Antônio Torres em seus apontamentos sobre Diamantina contou que o corpo de Chica da Silva foi encontrado alguns anos após sua morte, intacto, conservando ainda a pele seca e negra.
Uma recente pesquisa histórica indica outra versão para os factos:
Filha de uma escrava africana, Maria da Costa, e de um português, Antônio Caetano de Sá, a jovem mestiça afro-brasileira foi escrava do médico Manuel Pires Sardinha, com quem teve o seu primeiro filho, Simão, em 1751.
Pode ter sido adquirida por João Fernandes de Oliveira (ou alforriada a pedido deste), que chegara ao arraial do Tijuco em 1753 na função de Contratador dos Diamantes, para suceder seu pai, de mesmo nome, no cargo desde 1740.
Entre 1763 e 1771 o casal habitou a edificação hoje tombada à praça Lobo de Mesquita, 266, em Diamantina (MG). A relação de ambos, apesar de pública e intensa, não foi um caso isolado na sociedade colonial brasileira fortemente hierarquizada, onde era comum o envolvimento de homens brancos com suas escravas. Tiveram treze filhos, embora, como costume à época, não tivessem sido legalmente reconhecidos, permanecendo em branco o nome do pai nas certidões de nascimento.
Em 1770, João Fernandes necessitou retornar ao reino para dar contas de sua administração à frente do Contrato dos Diamantes e para rever o testamento deixado pelo pai, o que ocasionou o afastamento dos amantes. Ele levou consigo os quatro filhos homens, que receberam títulos de nobreza da Coroa portuguesa.
No Brasil, os interesses de Xica ficaram protegidos por propriedades que lhe foram deixadas pelo contratador e que lhe garantiram a sobrevivência e a educação das filhas, encaminhadas ao recolhimento das freiras de Macaúbas, considerado o melhor das Minas Gerais, de onde a maioria só saiu para se casar.
Embora Chica jamais se tenha casado por impedimento legal, alcançou prestígio na sociedade local à época e usufruiu de regalias privativas de senhoras brancas, mesmo após a partida de João Fernandes em 1770. Uma recente pesquisa indica que ela pertencia às Irmandades de São Francisco, do Carmo (exclusivas de brancos), das Mercês (de mulatos) e do Rosário (de africanos). Símbolo mitológico da escrava-rainha, dissimula, entretanto, a hipocrisia da democracia racial na sociedade brasileira: mesmo enquanto descendente de escravos africanos, em 1754, após se unir ao Contratador, já era dona de escravos.
Entre os elementos da lenda encontram-se:
Senhora de crueldade ímpar e de invulgar apetite sexual, utilizava o medo e a sedução como armas para obter a saciedade de seus luxos e prazeres: a seu pedido, o contratador teria mandado construir uma residência com vinte e uma divisões – um palácio para os padrões da região à época;
Mesmo considerada rica para os padrões da região à época, Xica era discriminada pelo círculo social mais elevado em que convivia;
Como não conhecia o mar, João Fernandes mandou formar em terras da sua chácara, no bairro da Palha, um lago artificial. Mandou ainda construir um navio à vela, com capacidade para dez pessoas, que navegava no lago transportando os convidados das grandes festas que Chica oferecia à sociedade local. Essas festifividades eram animadas por uma orquestra particular e contavam com as apresentações de um teatrinho de bolso.
Considerada como concubina (mulher de má-vida), estava impedida de frequentar os templos católicos. Desse modo, para o seu uso privativo, anexo à residência teria feito erguer uma capela, sob a invocação de Santa Quitéria.
Para não ter o seu sono perturbado pelo dobrar dos sinos da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, erguida em 1765 com o auxílio do Contratador, teria imposto a mudança de posição da torre. Efetivamente, trata-se da única igreja em estilo Barroco no Brasil que possui a torre sineira atrás da nave central.
Protetora dos espetáculos teatrais e musicais, inscreveu seu nome na culinária regional sendo-lhe atribuída a receita do Xinxim da Chica, seu prato preferido.O mito de Xica da Silva foi construído a partir do Século XIX baseado na narrativa de Joaquim Felício dos Santos, Memórias do Distrito Diamantino. Recentemente foi revisitado pelo filme de Carlos Cacá Diegues (Xica da Silva, 1976), estrelado por Zéze Mota, Walmor Chagas e José Wilker, um dos maiores sucessos de bilheteria do cinema brasileiro, e pela novela homónima da Rede manchete, estrelada por Taís Araujo.
CASA DE CHICA DA SILVA HOJE


CASA DE CHICA DA SILVA HOJE

FUNDOS DA CASA DE CHICA DA SILVA

                                             IGREJA ONDE SEU CORPO SE ENCONTRA
                                                          AINDA PRESERVADO

SALA DA CASA DE CHICA DA SILVA

Ana Jacinta de São José, a mitológica Dona Beja

PINTURA FEITA DE DONA BEIJA NO AUGE DE SUA BELEZA 
Dona Beja, nasceu em Formiga, Minas Gerais, por volta de 1800, filha natural de Maria Bernarda dos Santos e de pai ignorado. Chegou ao então florescente julgado de São Domingos do Araxá ainda menina, acompanhando a mãe e o irmão Francisco Antônio Rodrigues, talvez à procura de melhores condições de vida, já em princípios deste século dezenove. Segundo alguns historiadores, ela tornou-se uma mulher bonita, de cabelos e olhos claros, que chamava a atenção dos homens do lugar, inclusive de certo “padre...”.
Filha de um cometa — assim eram chamados os caixeiros-viajantes — a menina Ana Jacintha de São José chegou a Araxá com os avós em 1805. À medida que se tornava moça, a beleza de Ana ia causando inveja nas outras mulheres. Durante toda a vida, Dona Beija, como ficou conhecida, irritou as mulheres e encantou os homens.
Ela tornou-se personagem histórica no Triângulo Mineiro. Suas peças podem ser vistas num museu em Araxá e sua história desperta a curiosidade na cidade de Estrela do Sul. O escritor Pedro Divino Rosa conta no livro “Dona Beija”, que a menina Ana nunca estudou mas “a falta das letras não diminuiu sua inteligência”.
Apaixonada pelo fazendeiro Manoel Fernando Sampaio, Ana Jacintha tornou-se sua noiva. O noivo lhe deu o apelido de “Beija” por compará-la à doçura e à beleza da flor “beijo”.
Em 1815, a bela jovem foi raptada pelo ouvidor do Rei, Joaquim Inácio Silveira da Motta, que ficou fascinado com sua beleza.
Por dois anos, Beija viveu como amante do ouvidor na Vila do Paracatu do Príncipe.
Ao retornar a Araxá, ela encontrou um ambiente hostil. A conservadora sociedade local não a via como vítima, mas como uma mulher sedutora de comportamento duvidoso.
Para o escritor Pedro Divino Rosa, a notícia da morte d único homem que Beija realmente amara, transformou sua vida. “Beija caiu em prantos, vestiu-se de luto e trancou-se na casa. Por um ano só saiu à rua para ir à igreja. Ele tinha sido o único homem que a aceitou como ela era, que desafiou todos os costumes da época e assumiu publicamente o romance.”
A morte do amante levou Beija a fechar a Chácara Jatobá, onde recebia os homens e passou a viver na segunda casa, onde cuidava de suas duas filhas.
Roupas e sapatos de Beija podem ser vistos no Museu
O Museu Histórico de Araxá Dona Beija atrai turistas o ano inteiro em um casarão construído no início do século 19, seguindo as características arquitetônicas do período colonial mineiro. Ao longo do tempo, esse casarão serviu de residência no andar superior e, no andar térreo, para um estabelecimento comercial.
Foi criado por Assis Chateaubriand, em 1965, ano em que Araxá comemorou o seu centenário como cidade. Recebeu esse nome em homenagem ao personagem mitológico de Ana Jacintha de São José.
No início era um Museu de Arte e de História. Hoje retrata a história de Araxá, incluindo referências sobre os índios araxás, os colonizadores, os tropeiros e criadores de gado, a descoberta das águas, o universo doméstico e produtivo no século 19, o turismo e Dona Beija.
O acervo é formado por objetos arqueológicos, utensílios domésticos, móveis do século 19, imagens sacras, telas de conhecidos artistas brasileiros e araxaenses, documentos históricos e figurinos. O museu dispõe de uma sala de exposição permanente, no andar térreo, batizada como “Lugar de Memória”. Neste espaço são lembrados vários cidadãos que fizeram a história da cidade por meio de referências pessoais e objetos que identificam suas atuações.
Tem ainda uma sala de multimeios, uma cafeteria e uma loja de produtos artesanais. O prédio do Museu é tombado como patrimônio histórico da cidade.
Garimpo em Estrela do Sul
Em meados de 1853, segundo Pedro Divino Rosa, um cortejo formado por carroças bem talhadas apareceu na subida do Córrego da Onça, povoado de Bagagem (hoje Estrela do Sul). “Uma mulher aparentando riqueza e muito bela comandava o comboio. Era Ana Jachinta de São José que chegava em terras bagageiras”.
DONA BEIJA POUCO ANTES DE SUA MORTE
Ela passou a morar numa casa grande com uma senzala nos fundos onde ficavam os escravos. “Dona Beija também chegou a tocar garimpo e ganhou muito dinheiro com os diamantes que encontrou”, disse o escritor.
Pouco antes de morrer, dona Beija deixou-se fotografar. Doente, se pôs de pé, apoiada numa cadeira. Em 20 de dezembro de 1873, ela foi enterrada sem caixão, envolta em tecidos de linha, conforme pedira em seu testamento.
Rapto levou o Triângulo a ser mineiro
Para o escritor Pedro Divino Rosa, o rapto da adolescente Ana Jacintha de São José acabou passando para a história como um dos motivos que levaram ao desmembramento do Sertão da Farinha Podre, hoje Triângulo Mineiro, da capitania de Goiás e a sua anexação ao território mineiro.
“O nome Farinha Podre foi batizado assim em referência aos sacos de farinha que os bandeirantes que desbravavam a região deixavam pendurados nos troncos das árvores”, disse o pesquisador. Segundo ele, quando voltavam ao lugar marcado o produto estava apodrecido.
Pedro Divino Rosa conta em seu livro “Dona Beija” que, em 1814, os moradores desta região fizeram um abaixo-assinado a Dom João VI pedindo que a região voltasse para Minas Gerais. Naquela ocasião, o ouvidor Joaquim Ignácio de Oliveira da Motta acabou apoiando os goianos contra o movimento do povo que queria ser mineiro. Seus opositores fizeram então um levantamento da vida do ouvidor e descobriram suas falcatruas, entre elas, a do rapto de uma menina virgem em Araxá.
“Por ter raptado a menor e mandado matar o avô de sua refém, o ouvidor foi denunciado ao governo de Goiás por seus inimigos políticos e corria o risco de perder o posto e ainda ser julgado por seus próprios adversários”, afirmou o escritor.
Segundo ele, para escapar do julgamento, Joaquim Ignácio decidiu apressar a aspiração do povo na região e, em 1816, por um alvará real assinado por Dom João VI, o território conhecido como Sertão da Farinha Podre voltava em definitivo para a capitania mineira.
DONA BEIJA JÁ IDOSA
DON“Também não houve julgamento”, disse Pedro Divino Rosa. “Um tempo depois Joaquim Ignácio voltaria impune à corte e ainda com o título de benemérito da região. Posteriormente, retornou a Portugal, onde morreu com mais de 80 anos.”
Em 15 de fevereiro de 1819, nascia sua primeira filha Teresa Tomásia de Jesus, batizada a 24 de fevereiro do mesmo ano, sendo padre batizante, o vigário Francisco José da Silva, tendo a menina como padrinhos o Quartel-mestre Jerônimo José da Silva e Dona Teresa Tomásia de Jesus Rosa Botelho, respectivamente, irmão e mãe do padre batizante.
CASA DE DONA BEIJA HOJE
ROUPAS DE DONA BEIJA, PODE SER VISTA EM SEU MUSEU
CASA DE DONA BEIJA
QUARTO E OBJETOS PESSOAIS DE DONA BEIJA
O parto da criança se deu na fazenda “Campo Aberto”, de propriedade do vigário Francisco, com assistência de Dona Teresa Tomásia Botelho, que emprestou seu nome a recém nascida. Dona Beja residia na época em um sobrado na Praça da Matriz, vizinha à do padre Francisco, o que poderia ensejar um possível relacionamento sacrílego entre os dois, o que veio a se confirmar anos depois, quando o padre Francisco José da Silva reconheceu em cartório, através de escritura de perfilhamento, Teresa Tomásia como sua filha legítima, datada de 16 de maio de 1831, bem como uma de suas herdeiras em testamento, após sua morte em 1845. Não se sabe quando começou o relacionamento de Dona Beja e o padre nem quanto tempo durou, mas tudo indica que eles contavam com a cumplicidade da família, corroborados pela mãe do padre, madrinha da neta, e que não incomodava o resto da família, já que Dona Beja foi madrinha de batismo de Antônio, filho de Thomé Francisco da Silva Botelho, parente de seu amante. Essas relações continuaram, e em 1833, ocorreu o casamento entre Teresa Tomásia e Joaquim Ribeiro da Silva Botelho, sobrinho do padre, portanto primos, reforçando ainda mais o vínculo de parentesco da moça com a família Botelho. Desse casal, nasceram os filhos Teodora Jacinta Fortunata, Joaquim, Francisco, Saturnino, José e Antônio. O relacionamento de Beja com a família continuou, inclusive no campo político, quando ela tomou partido dos Liberais na Revolução de 1842, ao lado dos Botelhos, adeptos dessa corrente partidária na região. Em1855, a neta mais velha de Dona Beja, Teodora Jacinta Fortunata se casa com seu tio paterno, o coronel Fortunato José da Silva Botelho, poderoso chefe político de Araxá, e em 1856, ela vem a falecer durante o trabalho de parto juntamente com a criança, que não chegou a nascer. Após esse trágico episódio, iria acontecer a ruptura, talvez definitiva, dos vínculos de Dona Beja com a família Botelho, em decorrência de uma demanda judicial, feita por ela contra o coronel Fortunato, reclamando o direito de herança da neta, com a argumentação de ser a principal herdeira em ordem ascendente da falecida, amparada na ausência de herdeiros diretos da neta, até porque os pais da moça já eram também falecidos. Ela obteve ganho de causa e esse episódio acabou por se tornar o mote para a criação “oficial” do mito de Dona Beja, em princípios do século vinte, no intuito de incrementar o turismo então nascente em Araxá, com as descobertas das águas termais do Barreiro, localizadas em terreno onde existiu a antiga chácara do Jatobá, de propriedade de Ana Jacinta de São José, doravante a “heroína”, ”a cortesã”, “a feiticeira” Dona Beja.
Pouco antes de morrer, dona Beija deixou-se fotografar. Doente, se pôs de pé, apoiada numa cadeira.
Em 20 de dezembro de 1873, diz a lenda que, ela faleceu com tuberculose devido a intoxicação com metais utilizados no garimpo. Ela foi enterrada em um caixão com adornos em zinco, cuja, suspeita-se ter sido encontrado em junho de 2011, durante escavações para construção de um chafariz, na cidade de Estrela do Sul, na praça da Igreja Matriz, onde havia o antigo cemitério da cidade.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Amir Haddad

Amir Haddad (Guaxupé MG 1937). Diretor e ator. Dirige grupos alternativos na década de 1970 fundamentando uma linha de trabalho significativamente pesquisada por essa geração: disposição não convencional da cena; desconstrução da dramaturgia; utilização aberta dos espaços cênicos; e interação entre atores e espectadores. Essa linha de pesquisa se sedimentará no seu trabalho como diretor a partir da fundação do Tá na Rua, em 1980, grupo que encabeça até hoje.

Sai de Rancharia, interior de São Paulo, em 1954, para estudar na capital. Em 1957, interrompe a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde tem como colegas José Celso Martinez Corrêa e Renato Borghi, que o convidam para dirigir Cândida, de Bernard Shaw. Participa da criação do Teatro Oficina, trabalhando em A Ponte, de Carlos Queiroz Telles, e Vento Forte para Papagaio Subir, de José Celso Martinez Corrêa, ambas em 1958. Em 1959, ainda com o Oficina, participa, entre outras, de A Incubadeira, de José Celso Martinez Corrêa, que lhe vale seu primeiro prêmio de melhor direção.

Desligando-se do Teatro Oficina, segue em 1961 para Belém, no Pará, realizando uma série de trabalhos para a Escola de Teatro de Belém. Em 1965, o Teatro Universitário Carioca o convida para dirigir O Coronel de Macambira, de Joaquim Cardoso, e Amir acaba por permanecer no Rio de Janeiro. Lá é um dos fundadores do grupo A Comunidade, sitiado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, que se projeta em 1969 com o espetáculo A Construção, de Altimar Pimentel, atribuindo a Amir o Prêmio Molière de melhor direção. Em 1970, realiza mais dois espetáculos com o grupo: Agamêmnon, de Ésquilo, e Depois do Corpo, de Almir Amorim. No mesmo ano, ganha o segundo Molière, com O Marido Vai à Caça, de Georges Feydeau. Em 1972, no Rio de Janeiro, segundo o crítico Yan Michalski, "apenas um espetáculo de grandes méritos e força de personalidade salva a honra da temporada: Tango, fascinante fábula moral e política do polonês Slawomir Mrozec, que Amir Haddad dirigiu com alegre soltura, num tom que oscilava entre farsa rasgada e ópera bufa, mas sempre com um fogo de artifício de idéias diretoriais..."1 Tango é uma produção da atriz Tereza Raquel, em que Amir ganha o prêmio Governador do Estado de melhor diretor. Com o Grupo de Niterói, faz SOMMA, no Teatro João Caetano, 1974, espetáculo que continua as experimentações do A Comunidade, chamando a atenção por colocar a platéia no palco, adotando a improvisação como um dos motores fundamentais da cena. Em 1980, funda o Tá na Rua, fazendo apresentações de rua baseadas em cenas de criação coletiva. Em 1984 estréia com o grupo o espetáculo Morrer pela Pátria, de Carlos Cavaco, encenado por mais de três anos, contribuindo para a pesquisa de demolição da linguagem do teatro convencional do conjunto, que desemboca no seu trabalho de teatro de rua.

Realiza, também, trabalhos no teatro comercial, que lhe valem o Prêmio Shell por Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar em 1989; e o Prêmio Sharp, por O Mercador de Veneza, de William Shakespeare, em 1996. Dirige, ainda de Shakespeare, Noite de Reis, em 1997; e O Avarento, de Moliére, em 2000.

Como professor trabalha de 1961 a 1964 na Escola de Teatro do Pará, em Belém, e a partir daí a atividade docente é permanentemente exercida. De 1966 a 1973 dá aulas no Rio de Janeiro na Escola de Teatro da Federação das Escolas Federais Isoladas no Estado do Rio de Janeiro, atual Universidade do Rio de Janeiro, e entre 1965 e 1978 na Escola de Teatro Martins Pena. Trabalha na Formação do Núcleo de Teatro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, de 1992 a 1995, além de aplicar cursos em muitos eventos de artes cênicas no país e no exterior, sendo, inclusive, pedagogo convidado da Escola Internacional de Teatro Latino-Americano e Caribe, em Havana.

A partir da década de 1990, Amir aprofunda suas pesquisas de teatro de rua, fazendo diversas encenações de Cortejos e Autos pelo país, movimentando milhares de pessoas nessas encenações, tendo quase sempre presente alguns dos integrantes do Tá na Rua.

A capacidade de transitar com a mesma desenvoltura entre produções convencionais e megaespetáculos populares faz de Amir um diretor singular no cenário do teatro brasileiro contemporâneo.

quinta-feira, 1 de março de 2012

INSS funcionará dentro da Delegacia do Idoso para apurar fraudes

O Ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, que virá a Teresina no dia 5 de março para inaugurar o posto de atendimento do INSS na Delegacia Especializada na Proteção ao Idoso. A medida visa garantir mais agilidade no processo de apuração de fraudes em empréstimos consignados. 

"O primeiro passo é suspender o pagamento do empréstimo, para investigarmos se houve o golpe. Antes, a delegacia encaminhava o idoso para a sede do INSS, agora, tudo poderá ser feito dentro da própria delegacia", explicou o gerente executivo do INSS, Carlos Augusto.

Na visão do delegado titular da Delegacia do Idoso, Mauro André, o posto de atendimento do INSS dentro da Delegacia do Idoso vai facilitar em muito os procedimentos policiais uma vez que a Polícia Judiciária terá  respostas mais céleres ao quesitos formulados às instituições financeiras que fazem tais empréstimos consignados.

"As instituições financeiras dão resposta mais rápida aos INSS pois têm de provar que os empréstimos foram feitos pelo idoso e não por meio de fraude. Dessa forma vamos concentrar esforços nas denúncias onde já há comprovada fraude. Outro ponto importante é que o idoso lesado não terá de se deslocar a outro prédio, enfrentar fila para ter sua demanda resolvida pelo INSS, vai só se dirigir a outra sala, aqui mesmo, no prédio da Delegacia", diz o delegado.

Em 2011, foram registrados na delegacia 1.446 Boletins de Ocorrência, foram instaurados 84 inquéritos, que resultaram em 68 pessoas indiciadas e 46 prisões em flagrante.