Dalida se apresentou e gravou em mais de 10 idiomas
diferentes, entre eles francês, italiano, árabe, alemão,espanhol, inglês, holandês, japonês, hebraico e grego. Juntou ao longo
de sua carreira mais de 19 músicas de sucesso atribuídas a seu nome (em
francês, italiano, alemão e árabe) e possui uma longa lista de nas paradas Top
10 e Top 20 em francês, italiano, alemão, espanhol e árabe, com sucesso de
vendagens de compactos e discos por mais de 40 anos na França, Itália, Alemanha, Bélgica, Espanha, Holanda,Luxemburgo, Suíça, Áustria,
Egito, Jordânia, Líbano, Grécia, Canadá, Rússia, Japão e Israel.
Quatro das gravações de Dalida em inglês ("Alabama Song", "Money
Money", "Let Me Dance Tonight", e"Kalimba de Luna")
obtiveram bom sucesso principalmente na França e Alemanha sem mesmo terem sido
lançadas nos mercados dos Estados
Unidos e Reino Unido.
O idioma materno de Dalida era o italiano apesar de
ter aprendido o árabe-egípcio crescendo no Cairo. A cantora adquiriu
fluência no idioma francês após se estabelecer em Paris em 1954. Mais tarde
aprendeu o inglês e também conversações básicas em alemão e espanhol, além de
possuir certca facilidade em cumprimentar seus fãs em japonês.
Yolanda Christina
Gigliotti nasceu no distrito de Shoubra, no Cairo, Egito[8], em uma família
de classe média. Seus pais eram italianos oriundos
da Calábriae
haviam imigrado ao Egito no início do século XX.
Filha do meio, ela tinha dois irmãos: Orlando e Bruno (que mais tarde durante a
carreira de Dalida mudaria seu nome para Orlando, como seu outro irmão, e se
tornando seu produtor). Seu pai se chamava Pietro Gigliotti e foi o primeiro
violinista (primo violino) do"Cairo Opera House"[9], e faleceu
quando a filha tinha 12 anos de idade. Ela viveu seus primeiros anos de vida em
Shoubra onde estudou na Scuola
Tecnica Commerciale Maria Ausiliatrice, uma escola católica italiana.
No ano de 1950 Yolanda
participa do concurso de beleza Miss
Ondine vencendo a competição[10][4],
indo logo após trabalhar como modelo no estúdio de moda "Donna", um
dos mais importantes da cidade do Cairo. Aos 21 anos em 1954
competiu e venceu o Miss Egito 1954,
sendo considerada então a moça mais bela do do Egito e ganhando fama no país.
Após vencer o Miss Egito
ela é convidada a atuar em diversos filmes. Para isso fez aulas de canto já que
em grande parte destas produções ela também participava cantando. Yolanda fez
os filmes "Joseph et ses
frères", "Le
masque de Toutankhamon"[12] e "Un verre, une cigarette" (Sigarah
wa kas).
Foi quando ela foi descoberta pelo diretor francês Marc de Gastyne que excursionava
pelo Egito e viu Dalida nas telas do cinema. Ele a
aconselhou a tentar carreira na França e embora toda relutância da mãe se muda
ou para Paris na
véspera do Natal de
1954, com a intenção de seguir carreira cinematográfica. Lá ela adota o nome
artístico de Dalila.
A busca da artista no cinema francês
não teria sido satisfatória, apesar disso ela inicia a cantar em um cabaré na Itália.
Bruno Coquatrix promovia um programa de calouros para jovens cantores no então
recentemente reformado e re-inaugurado Olympia de
Paris. Dalida interpretou a música "Étrangère
Au Paradis" e Bruno Coquatrix se encantou com a interpretação
da cantora que logo foi apresentada a Lucien Morisse e Eddie Barclay; a dupla
desempenharia papel fundamental na carreira da artista[4].
Morisse foi produtor artístico do popular Radio Europe 1 e Barclay um
reconhecido produtor de discos. Eles aconselharam a cantora a adotar um novo
nome artístico, Dalida, que para eles soaria mais natural. Logo após firmar contrato
com Barclay o single de
estreia de Dalida, "Madona",
foi divulgado e promovido fortemente por Morisse obtendo moderado sucesso.
1956-1964 - A era
"Bambino"
O lançamento de
"Bambino" em 1956 seria o grande sucesso da cantora, ficando 46
semanas nas paradas Top 10 da França,
representando uma das maiores vendagens de discos na história francesa, e por
suas vendas (que ultrapassaram as 300.000 cópias) Dalida recebeu seu primeiro Disco de Ouro[3],
em 17 de Setembro de 1957. No mesmo ano, Dalida
ainda auxiliaria Charles Aznavour no Olympia. O single
precedente a "Bambino",
a exótica "Gondolier",
foi lançada no Natal de
1957, também sendo um grande sucesso, como outros trabalhos da mesma época,
tais como "Come Prima (Tu Me
Donnes)", "Ciao
Ciao Bambina", e uma versão dos The Drifters "Save The Last Dance For Me",
"Garde-Moi La Dernière Danse".
Dalida e seu produtor
Lucien Morrise iniciam um romance, mas havia um problema, ele já era casado e
era pai, Lucien prometeu a Dalida que iria se divorciar da esposa para ficar
com ela, mas isso demorou vários anos.
Lucien consegue se
divorciar da esposa e ele se casa com Dalida, mas Lucien tinha um vício:
trabalho, e muitas vezes não tinha tempo para a esposa, Dalida se sentia
abandonada e se disse apaixonada por um outro rapaz. Eles se divorciaram em 1964 e Lucien
cometeria suicídio em 1970.
Dalida percorreu grande
turnê desde 1958 até
o começo da década de 1960, se apresentando na França,
Egito e Itália. Sua turnê no Egito e Itália difundiu sua fama fora da França e
Dalida logo viria a ser reconhecida em toda Europa. Na mesma época Dalida
apresentou um mês de shows no Olympia, cuja bilheteria se esgotou
completamente. Logo após isso Dalida embarcou para turnê em Hong Kong e Vietnam.
Em 1964, Dalida também terminaria a sua transformação para ficar loira. Por
toda década de 1960 Dalida frequentemente encheria as apresentações no Olympia,
e as apresentações internacionais se tornavam cada vez mais frequentes.
Dalida inicia um romance
com o cantor italiano Luigi Tenco, o qual havia passado cinco anos
trabalhando em uma música chamada "Ciao amore ciao". Ele e Dalida a
cantariam no Festival de Sanremo de 1967, o evento mais
importante de música italiana, que ocorreu na trágica noite de 27 de janeiro.
Os jurados não gostaram
da canção e eles foram desclassificados. Tenco ficou arrasado e não compareceu
ao jantar dos artistas após as apresentações. Depois Dalida foi para o hotel e
encontrou Luigi morto no chão do quarto do hotel. O cantor se suicidara com um
tiro de pistola na
orelha, deixando claro em um bilhete que não se matou porque cansara de viver,
mas sim como forma de protesto contra os jurados do festival.
Tentativa de suicídio
Um mês depois do
suicídio de Tenco a cantora arquitetara um plano de suicídio. Dalida teria
fingido sair de Paris saindo em direção ao Aeroporto de Orly e de lá embarcar
em um vôo para a Itália. No entanto ao invés de fazê-lo, Dalida se hospedou no
quarto 410 do Hotel Príncipe di Galles, o
mesmo em que havia se hospedado com Tenco antes de Sanremo. Dalida nexou na
maçaneta da porta uma mensagem com o aviso “Não perturbe” e antes de ingerir vários medicamentos
escreveu três cartas: uma ao ex-marido, uma à mãe, na qual rogava para que não
se desesperasse e outra a seu público[.
Dalida foi salva pela intervenção de uma uma camareira que percebeu por baixo
da porta a luz que estava acessa há mais de 48 horas, advertindo então o
gerente do hotel.
Um funcionário acessou o quarto da cantora através de um quarto vizinho e a
encontrou na cama em estado de coma. Dalida viria a sair do estado de
inconsciência após 5 dias ficando de repouso por quatro mesese
voltaria a se apresentar em junho de 1967 sendo aclamada
pelos franceses em seu retorno aos palcos.
1968-1976
No dia 5 de dezembro de 1968 foi condecorada
com a Medalha da Presidência da República, pelo General de Gaulle,
sendo ela a única pessoa do mercado fono mecânico a receber essa condecoração[20].
O início da década de
1970 representou uma fase de transição para a cantora,
abrilhantada por alguns de seus singles de maior sucesso. Após adquirir aguçado
interesse por estudos na metade da década de 1960, após a sua tentativa de
suicídio Dalida tentava quebrar a solidão e o tédio lendo muitos livros sobre
psicologia, Freud e etc, Dalida optou por cantar canções com letras mais
profundas[carece de
fontes]. Bruno Coquatrix questionava a evolução da carreira de
Dalida, e ficou bastante duvidoso em vendê-la para uma série de apresentações
em 1971.
Dalida alugou o local das apresentações do próprio bolso, e seu show teve uma
comovente aceitação de público. Em 1973, uma versão em
francês para a música italiana "Paroles Paroles", originalmente
gravada por Mina, foi gravada por Dalida e seu amigo
pessoal Alain Delon. A canção se transformou num grande
hit e foi o single de número 1 nas paradas da França e Japão. Em seguida, "Il Venait d’Avoir Dix-Huit Ans",
alcançou número 1 em nove países, e vendeu três milhões e meio de cópias na
Alemanha.
Dalida e o cantor Richard
Chanfray iniciam um romance em 1973. No começo até que os dois
se davam bem, mas depois de um certo tempo, Richard se revelou um homem
agressivo, machista e insuportável, as brigas eram muitas e Dalida tentava se
separar dele muitas vezes, mas ele fazia cenas de arrependimento e
sentimentalismo tão intensas que Dalida sentia pena dele e dava outras chances
à Richard.
"Gigi
L’Amoroso", lançada em 1974, viria a apresentar maiores números nas listas
que seu predecessor, alcançando o topo das paradas em 12 países. Aí começava
uma fase de vendas extraordinárias, com Dalida se apresentando no Japão, Canadá e Alemanha.
Em Fevereiro de 1975, os críticos de música da França premiaram a cantora com o
prestigiado Prix de l'Académie du
Disque Français (Prêmio da Academia do Disco Francês).
1976-1987
O ano de 1976
significaria uma reinvenção na carreira de Dalida; em fevereiro daquele ano é
lançado o disco "J’Attendrai" cuja
música de trabalho de mesmo nome permaneceu quatro semanas no topo das paradas
francesas e uma semana na nona colocação. "J'Attendrai" é
considerado o primeiro single deDisco Music da
França. Na
mesma época, a popularidade dos shows de variedades era febre por toda a Europa
e Dalida fez inúmeras apresentações de TV nessa época, não
só na França mas em toda Europa.
Em 1978 gravou "Salma Ya Salama",
composição francesa com inspiração na música árabe, originalmente gravada
língua francêsa e dado a seu grande sucesso versionada e regravada em árabe,
italiano e alemão. "Salma Ya
Salama" e outras canções em árabe gravadas por Dalida como "Helwa Ya Baladi" e"Ahsan Nas" se
tornaram extremamente populares no Egito, fazendo de Dalida a única cantora a
quebrar a barreira entre a música árabe e a música ocidental. Sua amiga e
também cantora, a libanesa Fairouz foi outra grande artista a cruzar as
fronteiras musicais mas no lado oposto: do Oriente para
oOcidente,
com seu imenso sucesso em toda Europa, América do Norte e Sul,
e Austrália.
O sucesso de "Salma Ya Salama" foi
seguido pelo primeiro single francês de medleys, "Génération ‘78", em estilo
disco, trazendo alguns de seus maiores sucessos. Esse também se tornou o
primeiro single francês a ser acompanhado de um videoclip. Em Novembro daquele
ano Dalida apresentou um musicalBroadway no Carnegie Hall de Nova York,
com coreografia de Lester Wilson, o mesmo criador das coreografias de John Travolta no
ano anterior para o filmeSaturday Night Fever. Dois anos
depois, acompanhando o sucesso de "Monday
Tuesday… Laissez-Moi Danser" no verão de 1979 ela repetiria a
mesma apresentação no Palais des
Sports, e cada show fechado encorajava mais ainda a cantora a embarcar
numa turnê nacional que duraria até o Outono. No mesmo ano, a canção "Gigi In Paradisco", uma
continuação à já conhecida "Gigi
L’Amoroso" foi lançada.
Em 1981, Dalida finalmente se
separa de Richard que era apresentado como tendo problemas mentais, ele era
alquimista e dizia ter poderes paranormais como ressuscitar animais mortos,
transformar metal comum em ouro, como também dizia também ser a reencarnação do
misterioso Conde de St. Germainque viveu no século XVIII.
Richard e sua namorada se suicidaram em 1983.
O ano de 1981 ficou
marcado com o lançamento de "Rio
do Brasil". Neste ano também Dalida se apresentou por diversas
vezes no Olympia, igualando o sucesso da turnê de 1980. Na noite de sua
primeira apresentação ela se tornou a primeira cantora do mundo a ser premiada
com um Disco de Diamante, em reconhecimento de suas
magníficas vendagens que até aquele ponto da carreira passavam os 86 milhões de
discos. Dalida passou grande parte de 1982 e1984 em turnê,
lançando o álbum "Les P'tits
Mots" em 1983 que trazia grandes hits como "Lucas", "Femme",
uma versão francesa de "Smile" de Charles
Chaplin, e "Mourir
Sur Scène". O álbum "Dali" foi
lançado em 1984, e foi acompanhado do lançamento de diversos singles, incluindo "Soleil", "Pour Te Dire Je T’Aime",
versão francesa para “I Just
Called To Say I Love You" de Stevie Wonder,
e "Kalimba de Luna",
originalmente gravada por Tony Esposito. Todos estes três apresentaram
moderados números de sucesso, e seu próximo álbum, em 1986, "Le Visage de L’Amour",
seria seu último álbum de canções totalmente inéditas (Com exceção da última
canção, sendo esta "Mourir
Sur Scène").
Dalida foi submetida a
duas intervenções oftalmológicas em 1985, a obrigando a dar um
intervalo em sua carreira, mas isso não a impediu de gravar mais dois grandes
sucessos naquele ano: "Reviens-moi" e "Le temps d'aimer".
Ainda em 1985 ela começa
um romance com seu médico François Naudy, mas o romance não era satisfatório,
ele era um homem frio e ausente, o que fazia Dalida sofrer, mas eles ainda
ficaram juntos durante dois anos.
Em 1986, ela faria o
papel de uma jovem avó no filme de Youssef
Chahine "Le
Sixième Jour", cuja participação teve positiva repercussão por
parte da crítica. Ainda em 1986, ela ainda gravaria mais alguns sucessos como
"Parce que je ne t'aime plus", "Les hommes de ma vie", uma
nova versão de "La danse de Zorba" e uma canção sobre o seu filme
"Le sixiéme jour", esta última seria a última canção gravada de sua
vida. Sua derradeira apresentação ao vivo foi no final de abril de 1987 em Ancara, na Turquia,
aonde ela cantou para o presidente da Turquia. Após 31 anos de sucesso
ininterrupto, Dalida tinha uma incrível habilidade de trasmitir alegria e
otimismo apesar de estar tão ferida sentimentalmente. Dalida foi um ímã para
homens suicidas, cada vez mais sozinha e angustiada, terrivelmente arrependida
por passar sua vida inteira dedicada a sua carreira e a homens que só a fizeram
sofrer e a privaram de seu maior desejo: o de ser mãe. Os anos começaram a
pesar-lhe, talvez a canção dela que mais justifique o seu sofrimento seja
"Je suis malade".
Após anos de buscas
através da filosofia, religião e misticismo a
fim de preencher o vazio que a jogara em profunda depressão,
Dalida se suicida aos 54 anos de idade no dia 3 de maio de 1987 ingerindo
elevada dose de barbitúricos[27][28].
Ela deixou duas cartas: uma a seu irmão Orlando e outra ao seu companheiro
François Naudy, além de uma nota de suicídio ao seus fãs com a frase: “Pardonnez-moi, la vie m'est insupportable”
(Me perdoem, a vida se tornou insuportável para mim).
Desde sua morte Dalida tem se tornado figura
cultuada por uma nova geração de fãs. Em 1988, a Enciclopédia
Universal encomendou uma pesquisa que foi publicada no periódico “Le Monde”,
cujo objetivo seria revelar as personalidades de maior impacto na sociedade
francesa. Dalida levou o segundo lugar, perdendo apenas para o General de
Gaulle.
Em 1992 foi lançada a
primeira série trazendo toda sua obra discográfica distribuída em dois tomos:
"Les Années Barclay", de 1992 contendo
10 CD's e "Les Années Orlando" de 1997, composto de 12 CD's.
Em 1997, no cruzamento
das ruas Girardon e Abreuvoir , o "Butte
Montmartre" em Paris, foi reinaugurado com o nome de Place Dalida (Praça Dalida) e um
busto de Dalida foi erigido ali.
TÚMULO DE DALIDA |
Em 1999 foi apresentada
em Roma a
peça "Solitudini - Luigi
Tenco e Dalida", escrita e dirigida por Maurizio Valtieri[35]. Em
2005 a vida da cantora foi tema de um documentário para a TV em duas partes
onde Dalida foi interpretada pela atriz Sabrina
Ferilli[.
Entre 11 de maio até
setembro de 2007 o Paris City Hall comemorou o 20º aniversário da morte de
Dalida com a exposição de suas roupas e fotografias inéditas.
Discografia
§
1954 Joseph et
ses frères com Omar Sharif
§
1954 Le masque
de Toutankhamon
§
1954 Un verre,
une cigarette
§
1957 Brigade des
mœurs
§
1958 Rapt au
deuxième bureau
§
1960 Parlez-moi
d'amour
§
1963 L'inconnue
de Hong Kong com Serge
Gainsbourg
§
1965 Ménage à
l'Italienne com Ugo Tognazzi
§
1968 Io ti amo
§
1977 Comme sur
des roulettes de Guy Lux
§
1977 Dalida pour
toujours, documentário
§
1986 Le Sixième
Jour de Youssef Chahine
§
2006 Dalida com
Sabrina Ferilli
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